Texto que ‘tem tudo’ vence Prémio Lucilo Valdez

A edição inaugural do concurso de dramaturgia Prémio Lucilo Valdez, promovido pelo Município de Viana do Castelo, logrou 69 participações de todo o país. Miguel Falcão, natural de Alhandra (Vila Franca de Xira) doutorado em Estudos de Teatro e especializado em Teatro e Educação, foi o vencedor. O júri atribuiu o prémio ao texto OS ÚLTIMOS ANOS DO HOMEM – CELHA, apresentado pelo autor com o pseudónimo Joana Afice (trocadilho com o nome dos quatro filhos).

Conforme o próprio nos referiu, além de professor na área do teatro, na Escola Superior de Educação de Lisboa, e investigador na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, está ligado ao teatro desde a infância, onde, na terra natal, fez teatro amador, uma “horta” para a arte de Talma. Foi nesses tempos que conheceu já alguma da obra e do talento de Valdez, embora nunca tenha estado pessoalmente com aquele.

O júri foi composto por Carlos Fragateiro, encenador e professor com o Curso de Teatro do Conservatório Nacional de Lisboa; Dantas Lima, ator e encenador que foi amigo e colega de Lucilo Valdez; e Marlene Ferraz, jovem escritora vianense que se tem vindo a dedicar particularmente ao conto e ao romance.

Conforme foi referido, durante a apresentação do vencedor à comunicação social, no salão nobre do Teatro Sá de Miranda, na tarde da última terça-feira, o texto “Os últimos anos do Homem – Celha” sobressaiu do conjunto de textos a concurso. Nele se acentua o sentido de pertença ao local, apesar de se viver na ‘aldeia global’. “É um texto que se diferencia de todos os outros (concorrentes)” e que “tem tudo”, foi dito.

O prémio destina-se a galardoar um autor, de nacionalidade portuguesa, na vertente do texto de dramaturgia. Para além de um prémio pecuniário no valor de seis mil euros, o autor terá oportunidade de encenar e apresentar a obra, espera no Teatro Municipal Sá de Miranda e noutras salas. A propósito, o presidente da Câmara, José Maria Costa, fez votos para que não demorasse muito tempo a apresentar-se um “tomador da peça”.

Lucilo Valdez nasceu em Lisboa, em 1938, onde faleceu a 21 janeiro de 2001. No dia anterior, tinha sido galardoado, pelo Município vianense, com o título de Cidadão de Mérito num ato em que foi representado pelo filho.

Com jeito para o desenho e para a arte teatral, Valdez possuía o entusiasmo necessário para que, ainda muito novo, construísse as suas próprias marionetas. Além disso, andou pelo mundo radiofónico, pelos contos infantis e foi desenhador-ilustrador na imprensa escrita.

No campo criativo, tem vários quadros pintados a aguarela, guache e tinta-da-china, tendo criado o boneco “O Biblocas” (Boletim Infanto-Juvenil da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo), em julho de 1999.

Dirigiu grupos de teatro amador e, como ator, foi dirigido por profissionais. Em fins de 1972 foi convidado pela FNAT, hoje INATEL, para animador de teatro em Viana do Castelo.

Ajudou a fundar, em 1975, o Grupo de Ação Cultural e Desportiva de Mazarefes, e, em 1994, o Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana do Castelo.

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