Viana do Castelo é o “primeiro município do país” a desenvolver um programa de monitorização da qualidade do ar interior dos 53 edifícios do parque escolar do concelho.
“Viana do Castelo é o primeiro município do país com uma estratégia para a monitorização das radiações ionizantes, sob a forma de programa, que está a ser concretizado e com resposta clara para este assunto”, afirmou esta semana, citado pela Lusa, o vereador do Ambiente e Biodiversidade, Ricardo Carvalhido.
O responsável, que falava durante a sessão de encerramento do projeto RnMonitor “Radão em Portugal: situação atual e perspetivas futuras” explicou que aquele programa “começou a ser implementado esta semana para avaliar a qualidade biotérmica e radiológica” do ar nas 53 escolas do concelho, sendo que, “no próximo mês, será iniciada a avaliação à qualidade microbiológica”.
“Vamos avaliar o ar de cerca de um terço das salas de aulas das nossas escolas. Dentro de dois meses, esperamos ter o primeiro perfil da qualidade do ar das nossas escolas. Nos edifícios que apresentarem dados fora dos valores considerados normais, será implementado um estudo mais pormenorizado com uma duração de, no mínimo, três meses”, especificou.
Ricardo Carvalhido adiantou que “a monitorização do gás radão e dos parâmetros de humidade, temperatura e dióxido de carbono estão a ser aferidos por sensores instalados nas 53 escolas do concelho, equipamentos que comunicam através de uma rede partilhada entre a câmara e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), sendo possível receber, em tempo real, os dados de cada estabelecimento”.
O programa de monitorização da qualidade do ar interior de edifícios municipais tem como parceiros o IPVC e a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), que participarão “na elaboração de um manual de boas práticas para a qualidade do ar interior de cada edifício escolar”.
Aquele documento incluirá medidas que “poderão passar pela determinação de uma frequência e duração de arejamento, ou, em casos excecionais, a instalação de mecanismos de ventilação forçada do espaço”.
O vereador explicou que o programa teve início no parque escolar por ser “reconhecido, por um lado, que o conforto biotérmico dos alunos nas salas de aula, (aferido pelos dados de temperatura e humidade relativa) é um fator determinante no sucesso educativo e também porque a presença de agentes radiológicos (como o gás radão, principalmente na região Norte e Centro de Portugal) e biológicos (como vírus, fungos e bactérias) podem comprometer de forma séria, a saúde dos alunos e dos profissionais de educação”. A implementação daquele programa municipal resulta “da transferência de competências em matéria de educação, da administração central para a administração local”.
Ricardo Carvalhido adiantou que, em abril, no decurso do programa municipal, a autarquia lançará, no âmbito do Dia Nacional do Ar, a iniciativa “O Radão por Casa”. O responsável referiu tratar-se de “um programa doméstico que disponibilizará aos munícipes uma sonda que lhes permitirá conhecer, durante uma semana, os valores de radão e os parâmetros de conforto bioclimático da sua habituação”.