Um olhar sobre a nossa Romaria

“Depois da tempestade, vem a bonança”, bem se pode aplicar aos três principais dias da Romaria de Santa Marta. Com efeito, a intempérie de quinta-feira, felizmente, não passou de um susto e sucederam-se-lhe três dias de cor, alegria e deslumbramento, com a ‘cumplicidade’ dos astros.

E tudo começou, na sexta-feira, com o desfile das nossas lavradeiras e mordomas, «que encheram as ruas de Viana do Castelo de esplendor e chieira santamartense» (P.e Christopher Sousa, in Edição julho/agosto, de Betânia do Lima). Foi prenúncio de uma romaria que em nada iria desmerecer das mais conseguidas nas últimas décadas, não obstante, com uma renovada comissão de festas. No mesmo dia, milhares de pessoas viveram uma noite muito divertida, assistindo ao cortejo noturno, cujo tema “Inventos e Inventores”, deu ‘asas’ a mais uma manifestação de criatividade digna de realce e que teve momentos hilariantes. O mais importante, porém, não deixou de ser, para toda aquela mole humana, uma noite diferente. No sábado, quase tudo esteve ao nível dos melhores anos, para melhor, tal a excelência do cortejo etnocultural “Melodia na Romaria”, que mereceu crónica autónoma deste jornal, na edição do pretérito dia 05.

À noite, na 4.ª edição do Festival “O Coração do Folclore”, após brilhante abertura, que empolgou toda a assistência, tradições e danças da República Checa, Filipinas, Sérvia e França cruzaram-se com as nossas, com o expoente na atuação da Escola de Folclore de Santa Marta de Portuzelo. O fogo do ar foi do agrado geral, na qualidade e intensidade. O domingo trouxe a confirmação do apego de milhares de devotos a Santa Marta, que veem nela uma especial protetora das donas de casa e mediadora predileta para muitos problemas, tendo em conta a sua especial relação de amizade com Jesus.

A comprová-lo, como habitualmente, a solene procissão, aberta por uma brigada montada e Fanfarra do Centro Paroquial, que foi rica na participação e assistência, com inúmeras promessas.
“Somos Igreja que Evangeliza” foi o tema central, com cinco quadros: “Da Gratidão à Evangelização”, “Conteúdo do Evangelho”, “Mediadores do Evangelho”, “Destinatários do Evangelho” e da “Evangelização à Gratidão”.

Andores de Santa Tecla, Santo António e Nossa Senhora da Silva, na específica contribuição das comissões de festas respetivas, além dos andores de São José e Nossa Senhora do Livramento, que se juntaram aos de Santa Maria Madalena e Santa Marta, a par dos carros dos coros das virgens, vêm sempre acrescentar mais brilho a esta singular manifestação de fé, que culmina com o desfile do Santo Lenho, sob o pálio. Este olhar justifica o louvor à Comissão de Festas, mas aguarda por uma reflexão final, pois há aspetos que bem o merecem, designadamente, as decorações (em especial da igreja paroquial) e a conduta das pessoas, a par da análise sociológica dos festeiros.

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