Viana assinala 25 anos do regresso à cidade

A 31 de janeiro, o Município de Viana lembrou os 25 anos do regresso do Gil Eannes. Uma exposição no próprio navio e o lançamento do livro do anterior autarca, Defensor Moura, permitiram assinalar a data.

“O Gil Eannes foi muito mais do que um navio-hospital. Na gíria atual, podemos dizer que foi um navio de apoio logístico. Serviu para abastecer a frota de mantimentos. Para ser navio rebocador, quebra-gelos, navio oficina. Navio correio e foi dotado de uma capela e de um altar numa das enfermarias para prestar assistência espiritual à frota. Fornecia também o isco”, explicava o vice-presidente da Fundação Gil Eannes. João Lomba da Costa falava na abertura da exposição “Viagem de Fé”, que apresenta cerca de 50 fotografias da chegada da imagem de Nossa Senhora de Fátima, em 26 de maior de 1955, a St. John’s, no Canadá.

João Lomba da Costa comentava que o navio “só tinha sentido estar a navegar quando existia a pesca à linha”. Adiantando que o “destino era ser fundido”. 

O Bispo da Diocese manifestou a importância de assinalar as datas e reconheceu que “este navio é nosso e faz parte da nossa vida. Seríamos mais pobres se ele não estivesse cá”. D. João Lavrador acrescentava: “saibamos reconhecer que temos fontes inspiradoras no nosso passado”.

O autarca vianense falava do elemento agregador. “Estamos, talvez, no elemento mais agregador da sociedade vianense, que contribuiu para a nossa cultura. E que representou também um factor económico”. Luís Nobre salientava que “há um trabalho de excelência nestes 25 anos e transforma este Museu como o principal da nossa cidade e do nosso concelho e que duplicou a visitação só interrompida no período Covid”.

Desde a abertura já passaram pelo Museu Gil Eannes 1,2 mil pessoas. “Houve a capacidade de fazer emergir momentos e que nos fizeram sentir a vivência do mar”, conclui o autarca socialista.

“A Câmara não entrou com um único tostão”

O antigo autarca vianense apresentou, na biblioteca municipal, um livro onde dá conta de alguns momentos do resgate do navio Gil Eannes.

Defensor Moura reconhece que foi “o amor das gentes da Ribeira” e o “orgulho dos trabalhadores dos Estaleiros Navais por terem construído o navio” que fez desencadear o processo de resgate e a criação de uma comissão para salvar o navio, construído nos antigos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. 

O também médico, de 77 anos, assegura que o Gil Eannes é “mais complexo do que o corpo humano”. Adiantando que “a Câmara Municipal não entrou com um único tostão. Eu fiz questão de dizer desde o início que a Câmara Municipal não tinha vocação para ser dona de um navio. E se a comunidade vianense estava tão interessada para ter o navio tinha de se mobilizar para o conseguir”., expressa.

Antes de terminar a apresentação do livro, onde fez referência a alguns nomes que contribuíram para o resgate, Defensor Moura falou do sonho de colocar o Gil Eannes a seco. Pedindo ainda ao autarca vianense, presente na sala, que fizesse cumprir o compromisso da Marinha em musealizar o submarino Delfim e trazê-lo para junto do Gil Eannes.     

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.