As viagens dos autarcas às comunidades portuguesas

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Daniel Bastos

Nos últimos anos temos assistido, no seio das comunidades portuguesas disseminadas pelos quatro cantos do mundo, a um conjunto frequente de visitas de autarcas às pátrias para onde emigraram muitos filhos das suas terras, à procura de melhores condições de vida.

A ligação forte entre o poder local, designadamente os seus representantes, e as populações, uma das maiores realizações do regime democrático português, impulsionaram ao longo das últimas décadas ao estabelecimento de laços de geminação de muitos municípios com cidades além-fronteiras onde estão presentes as comunidades lusas.

Os protocolos de geminação, que visam criarem relações de amizade, solidariedade e intercâmbio, e em vários casos relações aos níveis económico e cultural, têm sido um dos principais motivos das viagens dos autarcas às suas comunidades emigrantes. Muitas das vezes reforçadas pela existência nessas comunidades de associações e clubes vincadamente marcados pela sua terra de origem, que adotaram inclusive a denominação da sua proveniência, e de forma bairrista e desprendida muitos dos seus associados se constituem como genuínos embaixadores dos seus territórios de berço.

Embora sintomática de debilidades estruturais do país, como a queda demográfica ou o despovoamento, muitos autarcas de territórios fortemente marcados pelo fenómeno migratório, desde há muito tempo perceberam as potencialidades das suas comunidades emigrantes na dinamização e valorização da economia local.

As potencialidades do mercado da saudade têm levado inúmeros autarcas a participarem nas mais variadas iniciativas, festas e feiras realizadas periodicamente no seio das comunidades portuguesas, quase sempre animadas por espetáculos e músicas típicas das regiões dos emigrantes. Procurando deste modo promover e levar para junto da comunidade emigrante produtos e atividades económicas do seu concelho de forma a dinamizar a economia local.

Esta ligação dos autarcas às suas comunidades emigrantes são fundamentais para o progresso dos seus territórios, onde muitos emigrantes continuam a ter um papel fundamental no seu desenvolvimento, assim como um meio capaz de impulsionar o tecido socioeconómico, atrair investimentos e fortalecer a coesão e identidade local.

Foto: “ARS Algarve, IP – SNS”

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