O
núcleo regional da IRIS – Associação Nacional de Ambiente de Viana do Castelo, vem tornar público que realizou mais uma atividade, desta vez dirigida para professores e público em geral, com a colaboração da Direção da Escola de Fragoso, do Centro de Formação da Associação de Escolas dos Concelhos de Barcelos/Esposende e da Dra. Luzia Sousa.
As superstições ligadas aos morcegos são fruto de crenças totalmente fora da realidade, histórias fantásticas de vampiros que o imaginário popular acarretou através dos séculos e que é necessário desmistificar.
São animais de hábitos noturnos, de pequenas dimensões, cujo corpo é revestido de pelos e são os únicos mamíferos que conseguem voar, pois possuem uma membrana alar que liga os dedos das suas mãos.
O seu voo é orientado através de um mecanismo de ecolocação, que consiste na emissão de ultrassons através da boca e nariz, que lhes permitem localizar através do eco recebido no aparelho auditivo, os obstáculos e as presas- insetos, distinguir o tamanho, forma e talvez mesmo a textura e distância, evitando colisões.
Estes seres vivos alimentam-se de insetos que caçam durante a noite. Numa só noite, um morcego consome quase o seu próprio peso em insetos. Este fator demonstra a elevada importância ecológica dos morcegos e o seu papel no equilíbrio dos ecossistemas.
As populações da maior parte das espécies de morcegos estão a diminuir e as razões da ameaça à sua sobrevivência são muito variadas.
Sendo os morcegos úteis e inofensivos, é necessário proteger os seus habitats, utilizar pesticidas de forma limitada e racional, alterar a imagem negativa que o público tem sobre esta espécie, colocar abrigos artificiais, colocar portões gradeados nas entradas das grutas (com barras horizontais espeçadas de pelo menos 15cm), criar abrigos, monitorizar os abrigos e proteger as áreas de alimentação. Devemos ter em atenção que, nos morcegos cavernícolas, a acumulação de matéria orgânica soba forma de guano no interior da gruta, cria condições para o estabelecimento de outras comunidades de seres vivos. Só assim se poderá contribuir para a conservação desta espécie.
Jorge Silva