Antiga correspondente do AAL, Cecília Martins, faleceu no dia 07 de fevereiro

Cecília de Jesus Ribeiro Martins, nascida na freguesia de Torre a 22 de maio de 1936, faleceu no passado dia 07 de fevereiro, com 86 anos. Sempre foi e será recordada como uma figura emblemática desta freguesia, por toda a dedicação e trabalho em prol da comunidade.

Devem-se à tia Cecília, como carinhosamente era tratada, o Grupo Juventude e Alegria da Torre-Grupo de Danças e Cantares, do qual foi fundadora, bem como grande parte das atividades lúdicas e culturais que aconteceram na freguesia como espetáculos de teatro, promoção de atividades artesanais ou de ensino musical, atividades religiosas ou solidárias.

Ao longo da sua vida foi conhecida por costurar, bordar, de trabalhar a palma, de preservar e defender as tradições e usos e costumes. Para alem disso, manteve inúmeras funções na paróquia tais como catequista, organista, zeladora do altar, bem como outras mais. Sempre com enorme devoção e fé. Foi condecorada em 2017 pela câmara municipal de Viana do Castelo como cidadã de mérito.

Será eternamente recordada por tudo o que fezna nossa freguesia.

O AAL associa-se a esta homenagem e agradece toda a colaboração desta cidadã, que soube preservar as tradições deixada pelos antepassados.  

Homenagem

A madrinha Cecília marcou a infância e juventude de muita gente de Torre. Era a tia de toda a gente.

Coroava-nos de anjinhos nas procissões. Dava-nos sermões na catequese. Tocava órgão com uma mão e com a outra dizia quem lia e cantava. Ajeitava a faixa da cruzada aos domingos. Rezava o terço nas viagens de carro para a escola, nas missas, novenas e funerais.

Contava a história de cada traje e canção do folclore, organizava espetáculos da Juventude e Alegria de Torre.

Porque era mesmo isso que ela dinamizava: a juventude e alegria desta terra. Lavava e bordava todos os têxteis de casa e da igreja.

Fazia palmitos como ninguém e no Domingo de Ramos dava-nos sempre um especial. Era o saco de amêndoas que distribuía a todos na Páscoa.

A madrinha Cecília era o crucifixo dourado nos aniversários e as notas dobradas enfiadas no nosso bolso à força. 

A madrinha Cecília não teve marido, nem filhos e talvez por isso era livre e dona do seu tempo.

Dedicou a sua vida e arte a Deus e à comunidade. Nos últimos tempos não se lembrava de muita coisa. Mas nós lembramo-nos de tudo o que fez. Obrigada por tanto, querida madrinha.

Um agradecimento especial da parte de todos à família mais próxima, em especial à Cecília, por todo o cuidado com que cuidou da Michila.

                                                             Rita Gentil

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