Caninhas constrói água-arriba para a Câmara de Ponte de Lima

Foi o construtor da primeira réplica oficializada da antiga embarcação típica do rio Lima, o água-arriba, o qual tinha desaparecido da navegação do “rio do esquecimento”, da Ponte da Barca à foz, a partir da segunda metade do século XX, estando agora a preparar outra cópia a pedido e encargo da Câmara Municipal de Ponte de Lima.

Trata-se de Manuel João Castro Franco Rocha, artesão multifacetado alcunhado e popularmente conhecido e tratado por CANINHAS, ex-emigrante definitivamente regressado à freguesia da sua naturalidade, Lanheses, que, instado pela edilidade da “vila mais antiga de Portugal” aceitou a tarefa de replicar, de novo, o antigo barco usado principalmente como meio de transporte de pessoas e de bens.

O Caninhas nutre especial predileção pelo rio e naturalmente pela pesca, e especialmente, por barcos. Possui vários, sendo que dois deles são utilizados em sociedade na pesca industrial de lampreias-marinhas onde domina e predomina. Além da réplica oficial do barco de vela quadrangular água-arriba batizado com o nome de “LANHEZES” (antiga grafia do nome desta freguesia) patrocinado pela Junta de Freguesia local, e sua propriedade, para fins históricos e turísticos, da sua lavra de exímio artesão são, ainda, os seguintes: duas réplicas de piroga monóxila (de um só tronco) e um catamaran indonésio formado por duas canoas também monóxilas feitas de um único tronco estiolado de pinheiro-do-brasil centenário, ligadas por um estrado em madeira, dotado com três mastros para velas idênticas à de um pequeno veleiro.

O barco em construção a decorrer na areal confrontante com o muro suporte da Avenida 5 de Outubro (ou dos Plátanos), ainda sem nome, tem cerca de 15 metros de comprimento, excluindo o leme, de boca (largura) 3,34m e 63’cm de borda ou pontal, dimensões um pouco mais alargadas do que as do “LANHEZES”. Ao centro será dotado de uma ligação em prancha de madeira entre os dois lados onde se levantará o mastro amovível para a vela quadrangular-redonda, e em cada uma das duas partes serão colocados dois pares de bancos de seis lugares, para ocupantes. A passagem para montante da ponte romana é possível dado que o mastro pode ser inclinado, sendo que a navegabilidade irá chegar até à freguesia da Gemieira. A embarcação estará ancorada em permanência no “espelho de água” entre as duas pontes na pista onde decorre a preparação dos canoístas limianos, como atração turística. Tem colaborado com o Caninhas nos trabalhos da montagem da embarcação o seu amigo e conterrâneo, Custódio Amélio.

Quem conhece e até acompanha em alguns momentos a atividade voluntária, e quiçá dispendiosa e verdadeiramente intensa do popular e criativo lanhesense Caninhas, não fica surpreendido que ele se manifeste no sentido de “tirar umas férias”, isto é, suspender sine die a execução de tão trabalhosas tarefas: “É o último, não voltarei a fazer mais”, confessou. Será assim? Duvido…

São João

Santo Antão deu início ao ciclo festivo anual da freguesia de Lanheses, e o São João entra no programa nos dias 21 e seguinte, do mês de junho em curso. A primeira, está agora a decorrer no alto do lugar de Santo Antão, a segunda tem espaço reservado mais abaixo, no lugar do Sobral.

A festa de São João, tal como a dedicada a Santo Antão, tem uma componente religiosa e outra profana. Mais profana se atentarmos que o programa lhe dedica apenas uma missa na capelinha particular onde (sempre) está, solitária, a imagem, e nenhuma outra cerimónia de natureza religiosa lhe está cometida na festa.

Assim, o “prato” substancial a servir “sem custos para o utilizador”, isto é, à discrição e sempre entusiasmante, é o desfile das marchas sanjoaninas. Vão lá passar, impantes e animados, concentrados, enervados talvez, os marchantes da Casa do Povo de Lanheses, os de Santa Marta de Portuzelo, a dos Amigos de São João (são imensos, mas só os inscritos podem entrar), e não poderiam faltar os(as) do Centro Social e Paroquial Riba Lima (sem internados, inevitavelmente) com sede na freguesia. A proposta poderá vir a ser ampliada se, entretanto, chegarem a bom porto as conversações em curso para a integração no desfile da Marcha de Monserrate (Viana do Castelo) e a da freguesia de Subportela próxima, da margem esquerda do Lima.

O A.T.A.L, Associação de Teatro Amador de Lanheses, coordena e assume o serviço da “tasquinha”, dos comes e bebes (para quem tiver vontade) instalada no arraial, cabendo à Junta de Freguesia a liderança da organização, com o apoio do UDL, União Desportiva de Lanheses, e da gerência da Casa do Povo da freguesia.

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