Casa do povo que destino?

A Casa do Povo de Caparoeiros foi fundada em 1936, pelos “mandantes” da freguesia, liderados pelo pároco, mas logo foi alvo da contestação, dos que pugnavam pelo progresso da então freguesia, noutros moldes, que não as normas do Estado Novo.

É que todos os moradores, com alguns rendimentos, eram obrigados a pagar as quotas, para sustentar, uma Direção, um contínuo e alguns jogos de mesa, que funcionavam ao domingo.

A contestação teve o seu auge, quando foi iniciada a construção do edifício, porque foi implantado nos terrenos pertencentes ao património da Paróquia, a que chamavam “Monte de S. Sebastião”, porque era logradouro da Capela. Mas o seu destino está traçado, com os caprarienses, e mais tarde os de Carvoeiro, Mujães, Vila de Punhe e Alvarães, a pagar quotas com alguns, mas poucos benefícios, entre estes, estava o direito dos grupos de Teatro, usarem o palco de edifício, para os seus espetáculos.

Mas coisas assim se mantiveram até abril de 1974, quando um grupo esquerdista, se assumiu como mandante da Casa do Povo. Foi então que uma nova aberração atingiu o prédio, ao acrescentarem-lhe um 1º andar, retirando-lhe a traça característica, que ainda se pode ver na Casa do Povo de Freixo. Obra feita sem projeto de um engenheiro, portanto, sem os necessários cálculos matemáticos, cujos resultados, foram uma total insegurança da sala, já que as vigas aplicadas por serem incompatíveis levou a que o mosaico colocado no chão, se descolasse, porque as paredes cederam, criando uma diferença de mais de um centímetro, no centro, em relação às laterais, impedindo a utilização do salão, por insegurança, daí que Barroselas ficasse sem local para a realização de espetáculos e outras reuniões coletivas.

Há tempos, em conversa com o secretário da Junta, entidade a quem pertence agora o prédio, disse-me que havia um projeto para dotar o espaço de um Auditório, mas que não avançou por causa dos serviços nele instalados. Acontece que agora, só lá funciona a delegação da Segurança Social, necessária a esta zona do Vale do Neiva, contudo, não nos parece difícil superar a dificuldade, porque podia passar temporariamente, para o edifício da “Sopa dos Pobres”, apenas ocupado por móveis inúteis da Junta, que podia transferir essa “tralha” para outro espaço, onde não seriam instalados os Bombeiros, de triste memória, e na “Sopa”, ainda que provisoriamente, colocar os serviços da Segurança Social, até a obra estar pronta.

O que é certo é que a solução tarda, porque na opinião de alguns mais céticos ou devotos, o destino final da Casa do Povo seria a sua completa demolição, porque sobre ela pesa uma “excomunhão”, dado que tem alicerces, as cruzes do Calvário da Paróquia, sacro-santificadas, pelas orações dos fiéis, ao longo de muitos séculos!…

Rio de Vale
Na tarde domingo, 17 de maio, desloquei-me a um local de muitas recordações da infância, o “rio de Vale”, o que quer dizer, a zona do rio Neiva, no antigo lugar da Feira.

Do alto da ponte, que é meeira, portanto de Barroselas e Tregosa, pude constar o desolador aspeto que hoje o local oferece. Das duas azenhas resta umas paredes cobertas por silvas e arbustos. No antigo areal, onde apanhávamos sol, depois do mergulho nas águas da leva ou açude, é agora um denso salgueiral, cujos ramos já ombreiam com as guardas da ponte.

Sabemos que a conservação e fiscalização dos rios é da responsabilidade da Direção Geral dos Serviços Hidráulicos, que sem os amigos guarda-rios, está-se “marimbado”, para estas coisas do interesse das populações, contudo aqui deixamos um apelo às Juntas de Freguesia de Tregosa e Barroselas, já que o rio naquele local também é meeiro, para diligenciarem junto dos Serviços Hidráulicos, para que ponham cobro àquele descalabro, que causa repulsa aos habitantes das duas freguesias.

Como nem tudo lembra, aqui fica a recomendação, esperando que alguém lhe dê atenção.

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