Estudantes vianenses aprendem a prevenir violência doméstica

Cerca de 300 alunos do pré-escolar ao 3º ciclo de Viana do Castelo vão “trabalhar as emoções” na sala de aula e ganhar “competências” para desenvolverem relações futuras “saudáveis” ao abrigo de um projeto de prevenção da violência doméstica.

“O projeto Coruja é um projeto de pura prevenção primária. É a primeira vez que temos um projeto exclusivamente de prevenção. O objetivo é trabalhar com as crianças a questão do respeito e do relacionamento interpessoal saudável”, explicou à Lusa a diretora geral do Gabinete de Atendimento à Família (GAF) de Viana do Castelo, Leandra Rodrigues.

Em causa está o projeto Coruja – Programa de Alfabetização Afetiva, que foi esta semana apresentado, no Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Leandra Rodrigues explicou ser “muito importante” começar a “trabalhar as emoções” a partir do no pré-escolar.

“Nós não trabalhamos violência com as crianças. Nós trabalhamos competências base, essenciais para que depois existam relações saudáveis. Trabalhamos a comunicação, a resolução de problemas, a gestão de emoções para que mais tarde estas crianças e jovens sejam capazes de estabelecer relações saudáveis”, referiu.

Durante três anos, o projeto Coruja vai envolver as crianças e jovens de 13 turmas dos agrupamentos escolares da Abelheira, Monserrate e Santa Maria Maior, os pais e encarregados de educação, professores, educadores e auxiliares de ação educativa, envolvendo a Câmara local e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).

O projeto foi iniciado em outubro pelo núcleo de atendimento a vítimas de violência doméstica do GAF, Gabinete de Apoio à Família, e tem conclusão prevista para 2022, financiado em cerca de 100 mil euros pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE).

No segundo trimestre de 2020 o projeto Coruja vai começar a ser desenvolvido nas escolas. “Este ano letivo será aplicado ao pré-escolar, no ano letivo 2020/21 no primeiro ciclo e, em 2021/22 no segundo e terceiros ciclos”, concretizou.

O projeto resultará na elaboração de “manuais e cadernos de atividades, construídos pelos alunos, pais, professores e educadores, para posterior aplicação aos agrupamentos de escolas” do concelho.

De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna, por ano, ocorrem cerca de 500 casos de violência doméstica no Alto Minho.

O GAF de Viana do Castelo “acompanha, por ano, cerca de 120 mulheres vítimas de violência doméstica, sendo que a instituição dispõe, desde 2000, de uma casa abrigo, “a primeira do país”, “por onde já passaram mais de 500 mulheres”.

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