“Não fomos nós que trouxemos a Nina, foi a Nina que ficou connosco”

A Nina apareceu na vida dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo em 2015 e hoje é uma cadela que faz sucesso nas redes sociais. A Aurora do Lima conversou com Paulo Camelo, que juntamente com Sofia Carvalhido ficaram responsáveis, tendo ficado com a designação de “pais da Nina”. 

Foi na altura das Festas d’ Agonia, em agosto de 2015, que os bombeiros tinham o Fogo, um cão que tinha um problema oncológico. Juntaram forças e fizeram um peditório para pagar o tratamento dele, mas infelizmente acabou por falecer. Em setembro, Nina apareceu. “Nós ficamos com o dinheiro desse peditório, que ainda era uma quantia bastante razoável e decidimos dar à Vila Animal, que agora já encerrou. De todos os cães que lá estavam, ela aproximou-se de nós. Não fomos nós que trouxemos a Nina, foi a Nina que ficou connosco. E imediatamente fizemos as diligências, falamos com a direção da altura, e trouxemo-la no mesmo dia para o quartel”, afirmou Paulo, acrescentando que “nem toda a gente concordou, mas foram-se adaptando”. 

Ainda pensaram começar a treiná-la, mas tinha um custo elevado que a corporação não podia suportar, e Nina tornou-se a mascote da casa. Desde então criaram uma conta nas redes sociais onde a cadela tem uma grande visibilidade. “Achamos uma boa ideia criar uma página e aí percebemos a dimensão. Neste momento, temos certa de 23 mil seguidores. Aos poucos começou a crescer e não estávamos à espera deste crescimento, mas como a Nina escreve e interage bastante bem, as pessoas aderiram, e até hoje tem corrido muito bem”. 

Desde calendários, lenços, publicações e fotos, a Bombeira Nina tornou-se uma atração nas redes sociais. A cadela Castro Laboreiro é também a  protagonista de iniciativas solidárias para angariação de fundos para a corporação de Bombeiros Voluntários. Desde 2016 que os calendários chegam à casa das pessoas de diversos países. “A Nina levou o nome da nossa corporação a outras regiões. Eu faço envios para a França, Brasil, Suíça, Londres…”, destacando que “o melhor ano até hoje foi 2020, porque nesse ano lembrei-me de fazer máscaras e correu muito bem, o que ajudou na compra de material para usar na altura da Covid-19”. 

Este ano, o valor da venda dos lenços e calendários destina-se à aquisição de material de formação e fardamento. “Temos um manequim de SBV (Suporte Básico de Vida) que está danificado e já tem algum tempo e vamos adquirir um novo. Será também para material de fardamento”, refere. Acrescentando que “em fevereiro ou março colocamos uma foto na página para mostrar que o dinheiro é investido de alguma forma”. 

Sofia e Paulo ficam encarregues de Nina que “nunca deu despesas à corporação, tirado o gasóleo nas deslocações ao veterinário. Todos os custos são meus ou da minha colega, ou até através de  donativos das pessoas”, frisou o Bombeiro. 

“Nina, a bombeira” já ganhou o carinho de toda a gente que por lá passa e permitiu unir ainda mais os elementos da  Corporação. 

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