Reabilitação da fachada de S. Domingos vai ser reabilitada em breve

A reabilitação e valorização da fachada e do adro da Igreja de Santa Cruz/Convento de S. Domingos vai ser financiada pelo Norte 2020. A empreitada, feita em parceria com a Direção Regional de Cultura do Norte, vai permitir promover a valorização deste património e o restauro da fachada e do adro.

A candidatura aprovada para financiamento visa promover a valorização da excelência do património cultural e natural no contexto de estratégias regionais distintivas de desenvolvimento turístico. Neste sentido, esta ação tem como finalidade qualificar a imagem urbana da fachada da Igreja de Santa Cruz/Convento de São Domingos, bem como a integridade física e estilística da mesma, atuando sobre os fatores causadores da degradação, tratando os danos existentes e introduzindo proteção preventiva, utilizando critérios de autenticidade e de compatibilidade física e química.

A ação de Conservação e Restauro possui duas componentes: a primeira compreende o levantamento desenhado da fachada e do adro, caracterização e mapeamento das anomalias e elaboração do projeto de intervenção, assim como serviços prestados por técnicos especializados nos domínios envolvidos; a segunda componente consiste na empreitada de conservação e restauro da fachada e adro, compreendendo trabalhos de conservação e restauro das superfícies pétreas, instalação de sistema electroestático de afastamento de aves, recuperação das madeiras da porta e caixilhos, incluindo nestes últimos a adoção de vidraças consentâneas com a época da fachada, proteções em funilaria nas zonas de encosto entre a fachada e as coberturas a tardoz.

A fachada da igreja de S. Domingos, classificada como monumento nacional, vai assim ser sujeita ao “restabelecimento da integridade física, histórica e estética do conjunto que compreende o tratamento do granito, tratamento do pavimento em granito do adro, a conservação da porta de madeira, a substituição dos vãos de madeira por novos, aplicação de sistema electroestático para afugentamento de aves, reposição de pedra nova (em caso de necessidade), trabalhos estruturais e tratamento dos rebocos”.

O projeto de obra a desenvolver envolve-se em grande complexidade devido aos danos a tratar, como se pode constatar pelo mau estado de conservação do granito da fachada, nomeadamente na parte inferior, onde é visível o forte decaimento. São detetadas macroscopicamente extensas áreas de intervenções anteriores, denotando a necessidade ao longo dos tempos de sucessivas tentativas de atenuar a deterioração galopante do granito.

A igreja, elaborada segundo os rigorosos planos e indicações de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, apresenta uma fachada retabular dividida em três registos. O primeiro registo é decorado por um conjunto de colunas coríntias de fuste estriado, assentes sobre pedestais decorados com motivos rústicos de “pontas de diamante”. Cada uma das colunas é acompanhada a todo o comprimento por uma pilastra embutida no pano murário. Cada uma das colunas possui um “micro- entablamento”, onde os frisos são esculpidos com diversas figuras humanas, à direita figuras de profetas, à esquerda homens vestidos com trajes da época e um frade. O friso que encima o portal é decorado por motivos roll werk.

A igreja de Santa Cruz de Viana, ou São Domingos, é um claro exemplar das exigências arquitetónicas contra-reformistas. Resultado direto das diretrizes do Concílio de Trento no que respeitava à edificação arquitetónica, o convento dominicano da foz do Lima vai aliar as soluções maneiristas de vincada verticalidade e ambiguidade de escalas à finalidade catequética que se pretendia dos templos pós-tridentinos.

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