Três ministros colaboram na feitura dos tapetes da Ribeira

Faltou o primeiro-ministro, António Costa, mas três ministros vieram ajudar as gentes da Ribeira. Espalhar areia, distribuir sal e colocar algumas flores foram algumas das tarefas do ministro do Ambiente, Cultura e Educação. Acompanhados pelo presidente e vereadores percorreram as cinco ruas que amanhã acordarão coloridas.

“Sendo aqui de cima naturalmente cresci com esta tradição. Há uns cinco anos venho aqui nas noites dos tapetes para ajudar, mas acima de tudo prestar homenagem às gentes da Ribeira que abnegadamente se juntam em festa e com muita fé na preparação”, referia o ministro da Educação. Natural de Paredes de Coura o ministro tem memórias de infância ligadas à Agonia.

“As questões do ambiente são questões de sentidos e este trabalho tem tudo a ver com os sentidos e é sem dúvida importante para respeitar”, salientava o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que admitiu que “vim para meter as mãos na massa”.

Para o ministro da Cultura foi a estreia na noite dos tapetes. Apesar de algumas dificuldades colocou-se de joelhos logo na primeira rua, Rua Góis Pinto, para ajudar as gentes a espalhar o sal. “Esta tradição dos tapetes na rua faz-me lembrar a infância”, informava Luís Filipe Mendes.

O autarca vianense manifestava que a presença de três ministros mostrava que as festas d´Agonia, em especial a noite dos tapetes “são uma grande atratividade”. José Maria Costa falava de “uma grande consideração pelas festas d`Agonia”.

A Rua Góis Pinto, junto à igreja de São Domingos, com 150 metros de cumprido e quatro de largura é adornada por um grupo de moradores. No total são 10 que durante várias horas preparam os motivos alusivos aos 50 anos da Procissão ao Mar.

O padre Vasco Gonçalves acompanhava a visita das autoridades e na Rua Frei Bartolomeu dos Mártires revelava que “esta rua presta homenagem à Senhora d´Agonia”, com a representação do seu manto. Vários grupos da paróquia de Monserrate são os responsáveis pela elaboração dos motivos.

Na Monsenhor Daniel Machado há muita gente que ajuda, mas que não mora na rua, mas todos os anos aparece. Ilda Barros é nascida e criada na Ribeira e durante toda a noite vai estar a acompanhar a ornamentação. Amanhã vai esperar à porta de casa pela passagem da Senhora d`Agonia. “Eu apego-me muito com a Senhora e ela merece isto tudo e muito mais. O nosso labor à Senhora é muito pouco. Não ligo nada ao resto da festa. Para mim, o melhor é esta tradição de colorir as ruas”.

A Rua dos Poveiros é embelezada por muitos naturais de várias freguesias de Viana. Desde Vila Mou, Meadela, Vila Franca, Areosa, Cardielos, ninguém quer ficar de fora. Gonçalo Amorim tem 15 anos e participa há 10. O jovem, que às 23h, já tinha a cara pintada de azul e verde, contava que os motivos serão Nossa Senhora d`Agonia, as varinas, treineiras e peixes.

O largo Infante Dom Henrique quis recriar as ruas de há 50 anos. As flores, algas e as redes foram os materiais escolhidos para criar as âncoras, os lemes e outros motivos marítimos.

Amanhã, da parte da tarde, os tapetes serão pisados pelos milhares de populares que participam na Procissão ao Mar.

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