Um certo dia, vá-se lá saber como ou porquê, o Dr. Gilberto, o ilustre cientista que todos conhecem, mandou-me para o passado. E enviou-me diretamente para um acontecimento histórico que eu nunca imaginara presenciar: o 25 de Abril de 1974. Soube-o logo porque estava a tocar a música “Grândola Vila Morena”. Isto queria dizer que estava prestes a começar a revolução dos cravos. Ainda bem que tinha sempre comigo uma bandeirinha a dizer “Liberdade”.
Vi soldados a correr de um lado para o outro e pessoas civis a chegarem cada vez em maior número conforme o dia ia avançando.
Depois entrei num esconderijo secreto do presidente Marcelo Caetano, que ninguém tinha encontrado a não ser eu. Enquanto ele estava preocupado com as pessoas da manifestação, que gritavam lá fora, eu entrei e descobri alguns dos seus segredos. Encontrei naquela sala secreta uns documentos importantes que continham as regras que ele impôs à sociedade. Achei que devia fazer justiça e então rasguei os documentos e vandalizei a sala com spray. Saí o mais rápido possível do edifício para não ser vista.
De repente, encontrei o Dr. Gilberto no meio da manifestação e ele puxou-me até um beco escuro, sujo e mal cheiroso. Tinha vindo à minha procura, preocupado com o que me pudesse acontecer, apesar de saber que os soldados não tinham disparado um único tiro naquele dia. No beco estava a máquina do tempo pronta para nos trazer de regresso ao presente. Quando cheguei a casa contei a minha aventura à família que me escutou incrédula.
Quando me fui deitar, em vez de dormir fiquei a pensar que a liberdade é uma coisa preciosa e que não é tão comum no mundo inteiro, como julgamos todos aqueles que nascemos e vivemos desde sempre num país livre.
Trabalhos realizados por alunos do Agrupamento de Escolas de Santa Maria Maior.
Diana Queirós