A incursão hedionda que o Hamas fez em Israel escapa à compreensão humana e não há outra palavra para o explicar, que não seja o ódio cego e absolutamente paranoico. Porém, a retaliação que o governo de Israel e as FDI estão desde então a levar a cabo na Faixa de Gaza, arrasando de forma cobarde, por ser essencialmente com violentos bombardeamentos à distância, de natureza diversa, toda a estrutura habitacional, escolar, de saúde, etc. fazendo literalmente tábua rasa dos inerentes danos populacionais de gente inocente de todas as idades, encurralada e sem terem para onde fugir para escapar à morte, não se enquadra na compreensão humana.
Se o Hamas é terrorista, porque sacrifica inocentes, desacreditando assim a sua causa, o governo de Israel e as suas FDI igualmente terroristas são, e até numa proporção incomensuravelmente maior, como está bem de ver. Aliás, o governo de Israel e as suas FDI, ao contrário do que propagam, arrasar o Hamas, estão, isso sim, a potenciar o seu crescimento futuro, com o ódio que estão semeando nas gerações mais novas sobreviventes.
Faz-me confusão que certos comentadores das nossas TV’s, sobretudo militares, tenham dificuldade em manterem-se neutrais e frios o suficiente na observação do que se passa, tendendo a desculpabilizar sistematicamente o que é também hediondo e está à vista de todos, refugiando-se no pragmatismo da legítima defesa de Israel. Nesta campanha do ódio, o governo de Israel e as suas FDI parecem determinados a produzir em Gaza um holocausto, o que não deixa de ser irónico. Bem-haja o Secretário Geral da ONU por bater-se incansavelmente para pôr um fim a esta carnificina.
João Santos