Numa visita a Refóios do Lima, em 1977, entristeceu-me o abandono a que estava votado o seu imponente mosteiro. Questionei-me sobre como travar a degradação de edificado de tão elevado valor arquitetónico e histórico… e comecei a sonhar com uma escola agrária!
Dois anos depois, no fim do 1º resgate a que Portugal teve de se sujeitar, como membro do Centro de Estudos Regionais e do Conselho Distrital, apresentei um estudo no qual defendia a criação do Instituto Politécnico do Alto Minho, com 3 escolas, uma das quais a Escola Superior Agrária (ESA) em Ponte de Lima. O Instituto foi criado, no ano seguinte, para integrar a Escola Superior de Educação, herdeira da escola do magistério primário, mas só em 1985, no fim do 2º resgate, foram criadas as outras duas escolas: a de Tecnologia e Gestão e a ESA.
Em 1986, nomeado presidente da comissão instaladora desta Escola, a primeira e única do Entre Douro e Minho, assumi o (en)cargo de a instalar, depressa e bem, no antigo mosteiro limiano. Depois de mais de três anos de trabalho apaixonante, quando já se preparava a entrada dos primeiros alunos, fui chamado a desempenhar outras funções.
Tanto tempo decorrido, a convite da sua diretora, participei no 36º aniversário da criação da ESA de Ponte de Lima e, mais uma vez, verifiquei que ela é, felizmente, uma reconfortante realidade, agora com mais de 600 alunos.
Parabéns a todos – diretores, docentes, funcionários e alunos – pela nossa Escola e, sobretudo, pelo futuro promissor que a ela se augura, na resposta às necessidades educativas, decorrentes da consideração das alterações climáticas, no Noroeste de Portugal!
Carlos Branco Morais