Todo o ser humano passa por turbilhões na sua vida.
A uns falta-lhes o pão na mesa; a outros, a alegria e paz na alma.
Uns lutam para sobreviver; outros são ricos e abastados, mas mendigam o pão da tranquilidade, da paz e da felicidade.
Aquele que aceita com humildade e coragem o impenetrável plano de Deus sabe que está no caminho certo.
A nossa vida é uma constante viagem, do nascimento até à morte. A paisagem muda, as pessoas mudam, as necessidades transformam-se, mas o comboio avança.
A vida é o comboio, não a estação do comboio.
É preciso correr riscos. Só percebemos realmente o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça.
Desde a noite dos tempos, o homem entendeu que o sofrimento, uma vez encarado sem temor, é o seu passaporte para a liberdade.
A dignidade de uma pessoa pode ser atacada, vandalizada, cruelmente posta a ridículo, mas não pode ser-lhe tirada, a menos que a ela renuncie. Pode-se avaliar um homem pela medida do que é preciso fazer para o desencorajar.
A vida tem os seus percursos, as suas encruzilhadas. E há, para além dos instantes frágeis do prazer e dos vislumbres de alegria, para além das gargalhadas sonoras e genuínas que se vão perdendo, uma dor pessoal e universal, um sofrimento purificador e cristão, a lição da vida verdadeiramente sentida, vivida e imaginada.
Vale a pena ser pessoa e compreender a dor da vida. Conhecer o silêncio e a água dos olhos, e não interpretar o sofrimento como um castigo de Deus, mas antes como uma aprendizagem na Terra.
Filomena Freitas