Até custa a acreditar!

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Defensor Moura

Quando no início das suas funções como Director d’A Aurora do Lima, Gonçalo Fagundes me desafiou a escrever um artigo semanal no centenário jornal vianense, recusei o convite porque tinha (e tenho) os meus dias bastante ocupados, com a Liga, a agricultura e a escrita dos livros e não gosto de faltar aos meus compromissos.

Mas, evidentemente, continuaria a contar com a disponibilidade da Aurora para divulgar as actividades e as iniciativas da instituição onde continuo a investir a maioria do meu tempo dedicado à comunidade – a Liga dos Amigos do Hospital.

E assim está a acontecer actualmente com a campanha que lançamos para reivindicar a criação de um Serviço de Radioterapia em Viana do Castelo, para tratar os 400 novos doentes com Cancro que anualmente têm de se deslocar, em média, 25 vezes ao Porto ou a Braga, para receberem o tratamento de que necessitam para vencer a terrível doença.

Estava, porém, longe de pensar que teria de escrever muito mais vezes para denunciar as tentativas de revisão da história recente de Viana do Castelo, que A Aurora do Lima tem publicado na última página.

Desta vez, até custa a acreditar na falta de memória do autor do artigo. Mais uma vez se aproximou do humorismo quando afirmou em “Viana e o desenvolvimento do Alto Minho” que nos primeiros anos da década de 90 (período do infeliz mandato autárquico de BM) fizeram-se muitos investimentos,sobretudo estrangeiros, no concelho de Viana, graças à melhoria das acessibilidades e qualificação urbana e não lançamento de derramas municipais, garantia que pesou muito na decisão de localização daqueles investimentos.

Quais acessibilidades? Antes de 1994 não havia A28 para o Porto nem para Caminha, nem A27 e IC28 para Ponte de Lima e Arcos de Valdevez e nem sequer havia a A3 entre o Porto e Valença, todas concluídas durante os meus mandatos. O que atraía então as empresas a Viana do Castelo era a congestionadíssima e insegura EN 13?

Não quero perder muito tempo nem espaço com isto mas, como o Director deste jornal pode comfirmar, porque era membro da Assembleia Municipal nessa altura e está registado nos jornais da época, quando cheguei à Câmara confrontei-me com os graves conflitos que se tinham instalado entre a autarquia e os empresários, nomeadamente com os da única zona industrial que existia, Z.I. do Neiva, por causa das elevadas taxas de infraestruturas urbanísticas, tendo eu mesmo de resolver, através de negociação judicial, o contencioso com várias empresas industrias sobre taxas e preço do terrenos para implantação dos empreendimentos, que tive de fixar em montantes sensatos.

E quanto às empresas que então foram captadas para a única e acanhada zona Industrial do Neiva, e às que depois foram atraídas para as 4 (quatro!) zonas industriais que construí (Meadela, Lanheses, Praia Norte e Neiva/Alvarães) nem vale a pena falar pois, quer pelo número, quer pela dimensão dos empreendimentos, é como comparar um pequeno arbusto com uma floresta.

Já uma vez convidei BM a abrir os olhos e ver o que Viana do Castelo se desenvolveu depois dos vianenses o terem afastado duas vezes da liderança da autarquia.

Agora disponibilizo-me para o acompanhar numa visita guiada às zonas empresariais que a minha equipa e as dos meus sucessores encheram de dinâmicas e sofisticadas empresas que dão emprego a trabalhadores de Viana do Castelo e dos concelhos vizinhos de Esposende, Barcelos, Ponte de Lima e Caminha, tendo aumentado o poder de compra dos vianenses mais de vinte pontos percentuais, desde que ele foi descansar da vida autárquica.

Venha daí, estou certo que será um agradável passeio que o ajudará a, finalmente, fazer o luto pelo desgosto que teve naquele (para si malfadado dia 12 de Dezembro de 1993!

Para os vianenses, aquela data representou a chegada de Abril a Viana do Castelo, pondo fim à estagnação dos cinco infelizes mandatos de lideranças da autarquia pelo seu partido.

Viva Abril, também em Viana do Castelo!

  1. R. O autor não acompanha o presente acordo ortográfico

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