Não admira que nos parques infantis de Viana do Castelo haja tantos equipamentos avariados. Desde algum tempo que tenho reparado que adultos desprovidos de civismo, educação e inteligência utilizam os diversos equipamentos como se ainda fossem crianças. Trepam os equipamentos de escalada, descem os escorregas, saltam nos trampolins e deslizam nos slides. E imitam igualmente as crianças nos gritos de excitação e alegria.
Divertem-se a destruir. Estas pessoas apresentam características comuns: a maioria tem menos de trinta anos, são de ambos os sexos e falam português – sem sotaque, com sotaque brasileiro e com sotaque africano. Admito que também haja vândalos ingleses, alemães e americanos a destruir os nossos parques infantis, mas ainda não os vi. Talvez nesses países haja outra consciência quanto ao respeito pelos equipamentos públicos, ou talvez haja penalizações sérias para os infratores.
O que vi, sim, foi casais nórdicos a olhar, estupefactos, para estes vândalos a divertirem-se nos parques infantis. E não é difícil imaginar que nessas alturas devem formar uma opinião pouco lisonjeira sobre a nossa cidade e os seus habitantes.
Ainda que qualquer pessoa com dois neurónios perceba que um parque infantil não é para adultos, os parques têm avisos claros quanto à idade máxima permitida aos utilizadores. As placas são grandes e as letras coloridas, mas de nada servem. Seria necessário estar escrito em cada equipamento «Proibido a Adultos»? Com estas criaturas, provavelmente seria ignorada. Interrogo-me, pois, que educação tiveram, o que lhes ensinaram nas escolas, que livros terão lido (decerto nenhum) para se comportarem desta forma?
Libertar a criança que há dentro de nós é um ato terapêutico para qualquer adulto saudável. Mas infringir as leis e prejudicar as crianças já é próprio de vândalos sem lugar numa sociedade civilizada.