O terrorismo é uma das maiores tragédias das sociedades 

Author picture

O terrorismo não tem sentimentos nem princípios; destrói e mata, incute o medo e deixa marcas para toda a vida. Porém, por mais abjeto que se apresente, o terrorismo terá sempre a tolerância de muitos, particularmente da gente sem pátria ou da que luta pela sua independência em relação a quem a subjuga; é a gente a quem tudo falta e só conhece a miséria. E, quem detém o poder no mundo, muito pouco fez para alterar este quadro sombrio da desigualdade e da injustiça que faz florescer o terrorismo. Quem, por maiores ou menores razões, se sente injustiçado, em desespero, tudo lhe pode servir para atingir fins. Acontece que, as mais poderosas nações, debatem e fazem promessas, mas nunca abdicam dos seus interesses pessoais. 

O caso da criação do Estado de Israel – por decisão da ONU em 1948 – e subsequente desenvolvimento, é paradigmático de como se deixa ferver em lume brando a revolta. Há 75 anos que se discute a existência de dois Estados para palestinianos e israelitas, mas o problema persiste. A Palestina esteve sem espaço até 13 de setembro de 1993. Nessa data, em Oslo, Isaac Rabin (por Israel) e Yasser Arafat (pela Palestina) acordaram um Estado minúsculo na Cisjordânia e na Faixa de Gaza para palestinianos. Entretanto, Rabin foi assassinado pela extrema direita do seu país, julga-se, e Arafat veio a falecer, assim se repondo a instabilidade e a guerra na região. Só nos últimos 12 anos, estima-se, morreram 120.000 palestinianos e 5.000 israelitas.  E aqui chegamos…

Israel foi alvo de um ataque bárbaro. É por isso justa a condenação da parte de quem abomina o terrorismo e ama a paz. Contudo, regressando ao princípio, as nações e as instituições que detêm o poder no mundo têm, obrigatoriamente, que passar das palavras aos atos, não se esquecendo de que o terrorismo continuará a ter campo fértil onde há povos sem pátria e condições de vida miseráveis. Não há problemas irresolúveis;  o que é preciso é determinação e vontade de os resolver.

                                                                    GFM

Outras Opiniões

Os leitores são a força e a vida do nosso jornal Assine A Aurora do Lima

O contributo da A Aurora do Lima para a vida democrática e cívica da região reside na força da relação com os seus leitores.

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.