Desgraçado consumidor português… 

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Estão-nos constantemente a ir ao bolso, da forma mais abusadora e imoral. Refiro-me ao anunciado custo previsto, a partir do próximo ano, dos sacos de plástico usados nos supermercados para acondicionar os produtos, que passarão a ser de 4 cêntimos por unidade, mesmo os ultraleves.

Quer dizer, quando nos supermercados acondicionarmos frutas e legumes em sacos de plástico, como é habitual, ao preço destes produtos acrescerá 4 cêntimos por espécie para custear o referido saco. Parecerá pouco, mas no consumo mensal ou anual terá o seu peso e para o estado, por outro lado, representa uma enorme receita, dada a escala que isto representa no país inteiro. Supostamente, metade desta verba reverterá diretamente para o Estado e 20% para o Fundo Ambiental. A questão que se coloca é: qual a alternativa prática para escaparmos a isto? Não se vislumbra… acredito pois, que apesar destes custos, continuarão a ser usados, pois não será fácil a sua substituição, como foi nos sacos das compras que passaram com sucesso a ser reutilizáveis, tendo os consumidores aderido com facilidade a essa mudança.  

Desde há uns tempos a esta parte, quem comprar no Continente um frango de churrasco, ao passar na caixa lá terá um acréscimo de 34 cêntimos pela embalagem! Então esse custo não deveria ser suportado pelo vendedor? Poderia este vender sem esta embalagem? Querem que levemos de casa uma caixa de plástico?

Já tínhamos visto algo parecido nos diversos estabelecimentos de confecção, e não só, ao ser-nos perguntado, depois de uma compra, se desejamos um saco de papel, sendo que, se for o caso de aceitarmos, termos também que suportar o seu custo. Isto é, quando compramos uma qualquer mercadoria cuja embalagem era até aqui suportada pelo vendedor, agora essa despesa foi-nos endossada também a nós, desgraçados consumidores, com o argumento de que é o Estado que assim determina. Depois dos bancos inventarem taxas e taxinhas por tudo e por nada, agora esta filosofia chegou também ao comércio e é, pois, apenas, uma questão de dar largas à imaginação…

Falta-nos uma combativa estrutura de defesa do consumidor que batesse o pé a estes desmandos.

João Santos

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