A força das lágrimas

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Uma lágrima muito fria

e obstinada, descia

aquele rosto marcado.

Indiferente e solitária 

certamente originária 

de alguma dor do passado. 

 

Impassível ela molhava 

a face bem mortificada 

de quem sofre solidão.

Embora ela fosse tenaz

não tinha força capaz 

de aliviar-lhe o coração. 

 

O agastamento abrupto

não é abominável fruto 

de um momento imaginário;

leva a paz, inquieta, doi, 

arruina a vida, destrói, 

fica em nós parasitário.

 

Quem de entre nós nunca teve 

o intenso frio da neve 

de uma lágrima furtiva?

Quem não derramou, na verdade, 

uma lagrima de saudade

quando a dor nos cativa?

 

Decerto que todos nós 

choramos, algures, a sós, 

ao recordar quem se amava. 

Somos felizes uma hora…

depois, tudo vai embora, 

a vida dá, mas tudo leva!

Eugénio Monteverde

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