Sabemos como a Ucrânia foi invadida, há quase um mês. Agora, bombardeadas e arrasadas as suas cidades, já com milhares de mortos e feridos e 3,5 milhões de refugiados, ainda ninguém sabe quando e como acabará tão terrível guerra.
Com esta injustificável invasão, condenada por 141 países, a Federação Russa pretende aumentar o seu poder autocrático e intimidar a Europa democrática. E a Ucrânia defende estoicamente a independência e integridade territorial da pátria que está a construir, há mais de três décadas.
Uma e outra, predominantemente eslavas e judaico-cristãs, povoam territórios da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Mas os ucranianos não esqueceram as purgas soviéticas da sua elite cultural, nem os milhões de antepassados mortos pela fome e na guerra sob jugo estalinista.
Alegando perfilhar os valores da democracia, a Ucrânia tem pedido insistentemente apoio militar e financeiro aos países do Ocidente, nomeadamente aos Estados Unidos da América. E apesar da enorme superioridade das forças armadas russas, em efetivos e sobretudo em armamento usado, designadamente mísseis supersónicos, o Kremlin terá sondado a disponibilidade da China, para ser ouvido, em caso de necessidade.
Infelizmente, o governo da Rússia não baixará armas, tão cedo quanto desejaríamos. E, embora ferida, ensanguentada e mais ou menos amputada, a Ucrânia prosseguirá na sua luta pela sobrevivência.
Não podemos ficar indiferentes perante a guerra que se trava na Ucrânia, da qual poderá sair redefinida a fronteira oriental da Europa livre e democrática, do Mar Negro ao Mar Báltico.
Augurando o triunfo do Ocidente democrático, oxalá que, mais cedo que tarde, a paz na Ucrânia deixe de ser uma miragem!