A importância da Educação

Pimenta Castro
Pimenta Castro

A educação é fundamental numa sociedade democrática e pluralista como a nossa. Daí que não perceba a pouca importância que lhe é dada, como podemos observar pelas políticas que lhe são atribuídas, onde se destacam o baixo estatuto dado aos professores e o insuficiente investimento feito e estado em algumas das nossas escolas. Cada vez há menos professores, como se pode ver pelo crescimento do número de alunos que não têm professores para todas as disciplinas e pelo crescente pedido de aposentação de milhares de professores ainda no ativo. O assunto não é só de agora. Vejamos o que nos diz Manuel de Macedo Pereira Coutinho, nas Cortes Ordinárias de 1822-1823: 

“O princípio mais fecundo das calamidades e desgraças públicas é a ignorância; assim como as luzes e os conhecimentos são os que fazem a felicidade das nações, querer, pois, que os homens sejam ignorantes é querer que sejam bárbaros e tiranos. Daqui resulta que a educação é um dos mais sagrados e importantes negócios que o legislador tema seu cargo.1” Como se pode ver, esta visão da realidade, é já bem antiga em Portugal. Vejamos, ainda o que nos dizia Almeida Garrett (1799-1854), citado nas páginas 59 e 60, do mesmo livro: “As Cortes Portuguesas legislando no século XIX, sem darem uma só hora das suas tarefas à pública instrução, é um fenómeno em política que a prosperidade não saberá explicar. Isto digo eu à face da terra, que os há de julgar a eles, e à face da Nação inteira, que nos julgará a nós todos 2”. 

Vale a pena citar Napoleão, que nos dizia: “Na Europa, o direito já não existe: atacam-se constantemente uns aos outros como cães 3”. É o que estamos a ver no Mundo, com as guerras, a carestia da vida e a falta de valores. Temos de rever o estatuto da educação que damos aos alunos e, de uma maneira mais genérica, ao povo. Os Imperadores Romanos davam ao povo “Panem et Circences”, ou seja, “Pão e Circo”, para os contentar. Hoje damos-lhe rendimentos mínimos (que são merecidos, em grande parte) e, em vez de circo, damos-lhes telenovelas, mais telenovelas, e um enorme tempo de futebol, para o entreter. Precisamos de um ensino humanista, no qual a juventude aprenda em casa a educação e na escola o gosto “crítico” pela história e pela visão de um mundo mais solidário. Por isso é tão necessário dignificar a função dos professores, dos educadores, que orientem os alunos para um mundo mais fraterno. Tomemos o exemplo do Japão. Aqui, os professores são os únicos que não fazem vénias ao Imperador. Pelo contrário, o Imperador é que se curva, excecionalmente, quando se cruza com um professor. Dizem eles que, sem professores, não havia médicos, advogados e outras profissões úteis à nação e ao povo, em particular. Escolhamos os bons exemplos.  

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