Frequentemente ouvimos os mais idosos lastimarem-se de que com esta juventude não há futuro que se vislumbre. Por muito respeito que possamos ter por aqueles que, com custos acrescidos, fizeram um percurso de vida na base da chamada aprendizagem no terreno, este é um discurso que não pode nem deve ser acarinhado, porque, a ter vingado esta teoria, há muito tempo que não seríamos mundo. Trata-se de um conceito que não é de hoje e que foi passando sucessivamente entre gerações. Os mais velhos sempre consideraram que os mais novos jamais serão o que eles foram, só que a realidade tem provado que cada geração traz sempre a semente da evolução. Mas não vale a pena contrariar o discurso do infortúnio; a aposta tem que ser mesmo na valorização, no incentivo e no apoio da juventude, sem esquecer a transmissão de conhecimentos dos que saem e dos que entram, para que as transições não possam perder valor.
Daí o aplauso que nos deve merecer a iniciativa que, no âmbito da presidência de Portugal do Conselho da União Europeia, se realizou no passado sábado, dia 18 de junho, no Centro Cultural de Viana do Castelo, onde foram a presentados dois projetos para os jovens para o período de 2021-2027, o CES – Corpo Europeu de Solidariedade e o Erasmus+ (programa europeu que apoia a educação, a formação, a juventude e o desporto), com um orçamento de mil milhões de euros para investir neste período, tendo como objetivo a participação de 27 mil jovens (pág.7).
Também não faltam críticas aos programas que promovem o intercâmbio entre os mais novos dos países do espaço europeu, com a alegação de que há demasiado passeio e pouco aproveitamento nas diversas matérias em estudo, mas também neste plano as críticas não têm muita razão de ser. Já sabemos que a mocidade não vive só para o estudo e que das vivências entre culturas também se fazem aprendizagens e aprofundam conhecimentos. O futuro está mesmo nos que estão a partir para a vida adulta e o caminho é valorizá-los, apostando na sua formação a todos os níveis e dar-lhes poder, elegendo sempre os melhores, como fator de estímulo à competição.
João da Rocha foi um ilustre escritor de Viana e figura pública de saliência no nosso país. Saúde-se, por isso, os diversos eventos que o nosso Município esta a realizar para comemorar o centenário do seu nascimento, com destaque para o colóquio que no passado sábado, dia 19, na biblioteca Municipal, ao longo de todo o dia lhe foi dedicado (pág.2). Não esquecer os seus melhores filhos é uma obrigação de todas as terras, de que também nós não nos devemos alhear.