A croniqueta da última página da Aurora do Lima começa a ter um cheiro tão bafiento que me obriga a dar o meu contributo cívico no combate à desinformação.
Antes que se me esgote a paciência, vou continuar a mondar a erva daninha que julgo ter ajudado a erradicar da vida pública vianense.
Evidentemente que não me refiro apenas ao autor, a quem desejo boa saúde e longa vida, em que deixe de cavar o buraco do seu passado autárquico para investir em algo mais compatível com as suas indiscutíveis qualidades intelectuais.
A começar pelo título “Viana – Cidade Europeia do Desporto”, a croniqueta volta a desenterrar a malfadada tentativa de apagar o monumento que está na origem do nome da cidade.
“Viana do Castelo – Cidade Europeia do Desporto” é o nome correcto do importante emblema que a cidade ganhou o direito de ostentar em 2023!
E depois pretende fazer crer aos leitores menos informados que, este galardão europeu, tinha começado a ser construído há trinta e dois anos. E como?
Com um pretenso plano gizado pela Câmara, com apoio do Governo, de construção de equipamentos desportivos. E quais eram eles?
O então chamado Complexo Desportivo Regional, que tinha mais bancadas do que espaços de prática desportiva e que estava a ser construído num terreno que teve de ser devolvido à família do malogrado proprietário Jeremias Ramos. E, como já disse num artigo anterior, além das indemnizações que a minha equipa teve de pagar, as obras de tosco do dito complexo de bancadas e camarotes vip, nem sequer estavam pagas ao empreiteiro!
Quanto à tal Pousada da Juventude, soubemos que três anos antes tinha sido pomposamente inaugurada uma primeira pedra, pelo inefável Ministro Marques Mendes e, além do terreno também não ser propriedade da autarquia, nem sequer havia projecto de construção do edifício.
E da piscina do Atlântico, o que herdei foi um acordo com os Estaleiros Navais para se construir um tanque (lava pés!) de dezasseis metros de comprimento, que tivemos de renegociar para a autarquia construir a piscina de 25 metros que lá está.
O que o autor designa Piscinas das Azenhas de D. Prior era uma piscina que o S.C. Vianense tinha construído e depois pertenceu a um hotel, ainda na minha adolescência e que tinha o tanque rachado e irrecuperável, que teria de ser removido e reconstruído de novo.
E, ao contrário do que diz o autor, o dito tanque era contíguo ao Clube de Ténis e a sua reconstrução, como queria o autor, impediria a ampliação dos courts que depois fizemos e cobrimos e que tão úteis têm sido para a formação e para a realização de torneios de ténis de maior vulto.
Para que conste, a Pousada da Juventude foi construída no terreno livre a nascente, junto ao rio como se impõe numa cidade náutica, como definimos no plano estratégico da cidade (um plano realmente realizado e publicado!) que tem vindo a ser concretizado coerentemente.
E quanto aos pavilhões desportivos, o do Monte da Ola era um micro pavilhão de que tivemos de reformular o projecto e arranjar maior financiamento para que servisse adequadamente a comunidade escolar e não só.
Da lista referida na croniqueta, restou o pavilhão de Santa Marta e a ampliação de Monserrate, o que é ínfimo para que se possa dizer que havia em execução um plano de desenvolvimento desportivo do concelho, especialmente em que as emblemáticas actividades náuticas estavam instaladas em velhos barracões!
Caramba! O que custa dar os louros a quem os merece realmente?
Para lá dos planos e dos inúmeros projectos que tive oportunidade de concretizar com a Flora a tutelar o pelouro, faço questão de dizer aqui e agora que é ao Engenheiro Vítor Lemos e à equipa que integrou que se fica a dever o maior quinhão do distintivo “Viana do Castelo – Cidade Europeia do Desporto 2023”, fruto do seu entusiasmo e experiência como dirigente desportivo.
Parabéns Vítor Lemos e SAÚDE.
