A propósito do COVID – 19

Pimenta Castro
Pimenta Castro

A relação do homem com os microrganismos é ambivalente:  asseguram muitas das funções do nosso organismo e, nesse sentido, vivemos em simbiose com milhares de milhões de bactérias que habitam o interior do nosso corpo, sobretudo no intestino, mas, podemos morrer ante uma partícula pequeníssima que é um vírus.

Os microrganismos têm sido a causa das doenças mais temíveis que a Humanidade tem enfrentado: peste, tuberculose, febre tifoide, malária, SIDA, pneumonias e gripes

Foi o que aconteceu na Europa, no século XIV, com a peste negra, doença causada por uma bactéria. Resultado: 450 milhões de mortos, e pelo menos um terço da população da Europa de então – 50 milhões de pessoas. Foi preciso esperar três séculos para que a população mundial recuperasse e cinco para que a peste perdesse importância.

No último século aconteceram quatro pandemias gripais, com diferentes consequências, todas elas originadas por mutações nos vírus Influenza em circulação.

A primeira, chamada de Gripe Espanhola ou Pneumónica, ocorreu nos anos de 1918-1919. Foi considerada a pandemia mais devastadora na história da Humanidade, tendo, em três ondas pandémicas, provocado a morte de 50 a 100 milhões de pessoas – 5% da população mundial de então.

Entre nós, o número de falecidos situou-se entre os 60.000 e os 150.000. incluindo os videntes de Fátima, Jacinta e Francisco Marto, e o pintor Amadeo de Sousa-Cardozo.

Mas os microrganismos têm sabido surpreender-nos, não só porque aprendem a resistir aos novos fármacos, como pelo aparecimento regular de novos agentes capazes de provocar novas doenças

Em anos anteriores foram identificados alguns coronavírus que provocaram surtos e infeções respiratórias graves em humanos:
• entre 2002 e 2003 a síndrome respiratória aguda grave (coronavírus SARS-CoV);
• em 2012 a síndrome respiratória do Médio Oriente (coronavírus MERS-CoV).

O novo coronavírus, designado SARS-CoV-2, que origina a doença COVID- 19, foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na China, na cidade de Wuhan. Este novo agente nunca tinha sido identificado anteriormente em seres humanos.

A fonte da infeção é ainda desconhecida.

Esta doença transmite-se através de gotículas libertadas pelo nariz ou boca quando tossimos ou espirramos, que podem atingir diretamente a boca, nariz e olhos de quem estiver próximo, podendo depositar-se nos objetos ou superfícies que rodeiam a pessoa infetada. Por sua vez, outras pessoas podem infetar-se ao tocar nestes objetos ou superfícies e depois tocar nos olhos, nariz ou boca com as mãos

Não há evidencia que os animais domésticos, como cães e gatos, possam transmitir a infeção.

Os sintomas do COVID-19 são sobretudo febre, tosse e falta de ar, desde ligeiros a graves podendo complicar-se com quadro de pneumonia grave e insuficiência respiratória aguda, sobretudo em pessoas com as defesas imunitárias diminuídas.

Os dados conhecidos até ao momento, indicam que 80% dos infetados, terão formas leves de doença, sem necessidade de internamento, 15 % necessitarão de internamento em enfermaria e 5% precisarão de internamento em Unidade de Cuidados Intensivos.

Neste momento, não dispomos de qualquer vacina nem de nenhum fármaco específico contra este este vírus, sendo o tratamento apenas dirigido aos sintomas.

Em consequência, a única maneira eficaz de minorar os efeitos desta pandemia, é evitar o contacto com o vírus SARS COV, seguindo rigorosamente os conselhos e as orientações da DGS, tão profusamente divulgados pela comunicação social.

 

Pimenta de Castro

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