Como pai jubilado, antigo professor e humanista atento, acompanho a revolução tecnológica em curso, particularmente, as abordagens dos diversos aspetos desta relacionados com a Educação.
A otimização da comunicação à distância já foi causa de alterações na Escola e lançou alguns desafios aos pais, professores e alunos. Agora, a possibilidade de criar mundos virtuais, para simular situações da vida real, como trabalhar e estudar, trazem mais alterações e mais desafios a educadores e educandos e às instituições educativas, pelo menos, pela necessidade que todos estes têm de se adaptar, constantemente, àquelas alterações e responder àqueles desafios.
A Educação, desde há séculos, tem estado direcionada para a transmissão de conhecimentos, a aprendizagem de habilidades práticas e competências, a promoção de valores cívicos e morais e a formação do caráter, entendido este como os mecanismos do corpo e da mente que ajudam a moldar a identidade, as emoções e os comportamentos dos educandos.
A distinção e a importância da sabedoria e do conhecimento na Educação remontam aos tempos salomónicos. E, desde então, aceita-se que devemos dar prioridade à aquisição de sabedoria porque, com esta, adquirimos o conhecimento.
As novas tecnologias serão pouco indutoras de sabedoria, mas não podemos dizer, delas, o mesmo, quanto à aquisição de conhecimentos. De facto, as máquinas que simulam a inteligência humana até poderão revolucionar a Educação, no seu pilar de transmissão de conhecimentos teóricos.
O mesmo não acontecerá nos outros três pilares da Educação. A promoção das habilidades práticas e competências continuará a ser obra da Escola e dos seus professores, mesmo que estes interajam com as inteligências artificiais. E a formação do carácter dos alunos e a promoção de valores morais e cívicos serão sempre missões muito nobres dos pais e avós e dos professores e educadores!
Carlos Branco Morais