A última Cimeira Ibérica

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Carlos Branco Morais

Pouco depois da Cimeira Ibérica em Viana, realizou-se nova Cimeira, nas Canárias, e, apesar de as relações comerciais entre os dois países terem ascendido, no ano passado, a mais de 48 mil milhões de euros, foi reduzida a importância que a comunicação social portuguesa lhe deu. Convicto de que o reforço da cooperação ibérica é determinante para o desenvolvimento do Alto Minho, acompanhei com particular atenção o encontro do presidente do governo espanhol com o primeiro-ministro português. 

Ao rol de medidas tomadas em anteriores cimeiras, algumas ainda não implementadas,  juntam-se, agora, os memorandos das “escolas bilingues na fronteira” e dos “campus rurais transfronteiriços”, para a realização de estágios escolares e acolhimento de trabalhadores, nomeadamente nómadas digitais. 

Viana pode orgulhar-se de ter sido um dos primeiros municípios portugueses a eleger a cooperação com a Galiza como um dos vetores fundamentais da sua política trans municipal. Logo no alvorecer dos anos 90, Viana estreitou os laços com Santiago, Ourense e todos os concelhos da bacia do Lima, irmanou-se com Lugo e impulsionou a criação do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, fundado em Santa Luzia, em 1992. As embaixadas galegas em Viana e no seu porto de mar e vianesas na Galiza foram tantas e tão frequentes que até alguns membros do Governo chegaram a questionar se elas não poderiam pôr em causa a unidade do nosso país! Felizmente, as dúvidas desfizeram-se, com a bênção do presidente da república e do primeiro-ministro de Portugal, após estes terem aceitado o convite do presidente da Xunta para visitar a Galiza. E o pioneirismo no esbatimento de fronteiras dentro da União Europeia não só contribuiu para Viana acolher muitas empresas estrangeiras, europeias e até uma japonesa, que criaram cerca de 4 mil novos postos de trabalho, nas zonas industriais definidas no PDM, aprovado em 1991, como permitiram ousar elaborar e apresentar diretamente à Comissão Europeia, em Bruxelas, um programa de investimentos para o Alto Minho, suplementar do aprovado pelo Governo.

Recordo estes factos, na esperança de que o seu conhecimento pelas novas gerações de vianenses possa aumentar a autoestima destes e a sua contribuição para o engrandecimento de Viana!

 

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