A verdadeira Educação

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Nunca se falou tanto de educação como nos nossos dias, mas são poucos os que sabem educar. Em norma confunde-se educar com instruir. Educa-se em casa, no seio da família. Instrui-se na escola, com o professor. Pais há que preferem abdicar, deixando a difícil tarefa à escola, o que é um erro. O professor pode ser ótimo mestre, mas corre-se o risco de inculcar nas mentes em formação ideologias e conceitos nefastos e perniciosos.

Em ” L Educantion des Filhes” – Paris Corrêa, Mauriac, aborda e indica o que é a verdadeira educação. Segundo o autor, para muitos pais, o essencial é, antes de tudo o mais, que os filhos estejam de saúde. É esse o primeiro cuidado. “Estás a transpirar, não bebas ainda; parece-me que estás quente, vou ver se tens febre.” Ainda segundo Paris Corrêa, primeiro cuidar da saúde da criança; depois da educação: “põe-te direito, estás a fazer corcunda; não limpes o prato; não te sabes servir da faca; não te espojes no chão dessa maneira; põe as mãos em cima da mesa, as mãos, não os cotovelos; com a idade que tens, ainda não sabes descascar um fruto?” Sim, é preciso que sejam bem- educados! E o sentido que todos nós damos a esta expressão “bem-educados” mostra até que ponto nós a rebaixamos. O que conta é a impressão que possam causar aos outros, ou seja, a fachada. Desde que, exteriormente, não façam nada do que o mundo não aceita, achamos que tudo está a correr bem.

Os únicos educadores dignos desse nome – mas quantos há que o sejam? – são aqueles para quem conta aquilo a que Barrés chamava educação da alma. Para esses, o que importa naquela jovem vida, que lhes é confiada, não é só a fachada que dá para o mundo, mas as disposições interiores, aquilo que, num destino, só Deus e a consciência conhecem. A educação moral da criança é uma coisa importante. O que devia interessar ao educador, não é, como disse Mouriac, a fachada, as boas maneiras, regras úteis para viver em sociedade, mas a educação da alma, para que cresça com solida formação moral e venha a ser útil à sociedade como cidadão.

Humberto Pinho da Silva

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