A vida, a condução e a governação

Carlos Branco Morais
Carlos Branco Morais

Na vida, há quem se prenda demasiado ao passado, quem viva intensamente o presente e quem olhe sobretudo para o futuro. 

A importância dada ao passado, ao presente e ao futuro não é a mesma em todas as culturas. Em algumas delas, o presente não existe ou é apenas uma abstração, porque este ou ainda é passado ou já é futuro, e, por isso, os verbos não se conjugam no presente, mas apenas no passado, remoto ou próximo, ou no futuro, próximo ou longínquo.

As sociedades que dão grande importância ao passado dizem-se conservadoras ou atrasadas e as sociedades que se preocupam muito com o futuro consideram-se progressistas ou avançadas.

Na vida das pessoas e das sociedades, sempre louvei a bondade do equilíbrio assente na preocupação com o futuro, mas sem esquecer o passado que o orienta e determina. Em palavras simples de condução automóvel, sempre considerei boa a condução prudente a velocidades próximas das máximas legalmente permitidas, olhando atentamente para a frente – para o futuro, perscrutando-o – e também para trás, pelo retrovisor, – para o passado, recordando-o.

E, em consonância com o desejável equilíbrio dinâmico ou instável no plano pessoal e familiar como na governação das sociedades, valorizo todos os esforços para aumentar e melhorar a qualidade dos recursos disponíveis – meios humanos (os condutores e os passageiros), meios financeiros (os combustíveis) e infraestruturas e equipamentos (os veículos) – para a realização dos objetivos (o futuro desejado), o mais cedo possível.

Na governação nacional, desagrada-me a redução da quantidade e qualidade dos meios humanos: baixa natalidade, elevado envelhecimento, emigração de muitos dos jovens mais válidos, pobreza elevada e sentimento de que a educação e a saúde são pouco eficientes. Desagrada-me a distribuição dos meios financeiros, por desigualdade excessiva. Desagrada-me a qualidade das infraestruturas e equipamentos, em resultado dos baixos investimentos nela feitos. 

E desagrada-me a pouca ambição na definição dos objetivos nacionais e…, ainda mais, o modesto nível da sua consecução!

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