Agrados e desagrados na Feira Medieval

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Gonçalo Fagundes Meira

Nada é estático em parte alguma. Este conceito é válido para todas as situações e para tudo na vida, já que o estaticismo é muito redutor de uma vivência que se quer inovadora e portadora de progresso. Se estivéssemos fixados numa só prática, por mais razoável que possa parecer, sempre seríamos desconhecedores do novo, apesar de muito se falar em que “não vale a pena mexer no que funciona bem”.

Viana do Castelo tem procedido a alterações em iniciativas que se tornaram rotina com o tempo. Temos os casos concretos e mais visíveis da Feira do Livro, primeiro, e, agora, a Feira Medieval. Não funcionavam mal e eram suficientemente participadas. Entendeu-se, porém, que estava na altura de mudar o seu figurino, procurando dar-lhe mais vivacidade e grandeza na expectativa de que fosse um salto em frente. No tocante à Feira do Livro já aqui falámos, concluindo que é uma aposta que tem tudo para ser ganhadora, podendo, naturalmente, ser alvo de aprofundamentos.

Agora, este ano pela primeira vez, resolveu-se alterar o modelo da Feira Medieval, denominando até a iniciativa como “Mercado dos Descobrimentos”, repetindo, em boa medida, o que já se fazia, só que, em espaço distinto, com recurso ao Castelo de Santiago da Barra, um local emblemático para o efeito.  Tal como da Feira do Livro, também esta alteração foi alvo de alguma contestação, particularmente dos comerciantes do centro da cidade. Com lógica, já que é sabido que quem tem negócios, mesmo que pontualmente, não fica satisfeito ao prevê-los prejudicados. No entanto, ousar, fazer a diferença, é apostar na valorização do que se realiza, não omitindo a procura de soluções, tendo em conta a regularidade da vida económica da urbe.

Mas, e muitas vezes há mesmo um mas, pelo menos boa parte daqueles que comercializaram os seus produtos no interior do Castelo, queixaram-se amargamente da míngua dos seus negócios, por desconhecimento de quem visitou a feira da sua existência naquele espaço. Com certeza que haverá outras razões de queixa; porém, tudo isto poderá ser solucionado em edições futuras, se for concluído que o balanço, mesmo com aspetos menos bem conseguidos, até é positivo. 

Da presença de público é que ninguém se poderá queixar, já que a feira foi abundantemente participada, provavelmente com prejuízo do movimento de pessoas na cidade no seu todo, tal como se previa. São tudo aspetos a ponderar. Talvez o futuro demonstre que se conseguiu melhorar um evento, dando-lhe mais animação e visibilidade pública, e de agrado geral.

                  GFM

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