Alterações climáticas (COP 27)

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O tema continua na ordem do dia, e vai continuar para sempre. Por vezes, ficámos com a ideia de que estamos num mundo de loucos ou que somos governados por gente de idade avançada e pouco preocupada com a morte, porque esta, por força do tempo passado, já vem a caminho. Só que o mundo é composto por idosos, gente nova e gente que está a nascer. 

A 27ª Conferência que, no âmbito das Nações Unidas, tratará o tema das mudanças climáticas (COP27), a decorrer no Egipto até ao fim da próxima semana, com  quase 200 países, mas à qual faltam grandes poluidores (China, Rússia e Índia), para além de discursos piedosos e a aprovação de alguns objetivos que apenas se recordarão neste conclave, pouco ou nada resolverá sobre o que deveria resolver. Bem diz a jovem ativista sueca Greta Thundberg – não presente – que os líderes do mundo apenas pretendem, hipocritamente, lavar a sua imagem. 

António Guterres, secretário geral das Nações Unidas, não podia ser mais esclarecedor, ao afirmar que “estamos numa autoestrada para o inferno, com o pé no acelerador”; e que a humanidade só tem uma escolha: “cooperar ou morrer”. Foi claro, o nosso secretário geral, que tem feito pela defesa do planeta o que nenhum dos seus antecessores fez. Ficaríamos felizes se grandes e corajosas medidas aqui fossem aprovadas, mas não tenhamos ilusões… Para memória futura, fica a afirmação do nosso primeiro ministro nesta assembleia: “Até 2026, em Portugal, 80% do consumo de energia será proveniente de fontes renováveis”. A ver vamos… 

Felipe Fernandes (1912/1992)

Foi diretor deste jornal ao longo de 47 anos. Este feito, só por si, dá-lhe direito a ser merecedor da nossa sentida homenagem. Mas ele foi muito mais que isso. O seu filho Francisco, que regressou à sua condição de colunista da “AAL”, faz o retrato do Pai, de forma justa, e comovente, como não poderia deixar de ser. Felipe Fernandes, no caso concreto da sua missão à frente da sua A Aurora do Lima, foi de importância fundamental na sua defesa. Lutando com insuficiência alargada de meios, conseguiu fazer a “quadratura do círculo”, evitando que o jornal morresse às mãos dos serventuários do Estado Novo. Procurando os equilíbrios possíveis, porque o sistema político vigorante era persecutório e o administrador e proprietário do jornal contrariava essa lógica, não tendo, por essa razão, escapado à prisão, evitou que a velha Aurora encerrasse portas. Neste enquadramento, trabalhando afincadamente, com prejuízo da família, fez o que muito poucos teriam feito. Fica para a história deste velho e respeitado periódico. 

GFM

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