Animadora mobilização da sociedade civil

Defensor Moura
Defensor Moura

Tenho já alguma experiência de desafiar os vianenses a contribuírem para a resolução de problemas da comunidade e congratulo-me por, mais uma vez, estar a receber uma resposta bem animadora dos meus concidadãos. Há quatro décadas com a mobilização social liderada pela Liga dos Amigos do Hospital, para pressionar os poderes instituídos a desbloquearem as obras do novo edifício e apressarem a abertura do Hospital no sopé do Monte de Santa Luzia;

A promoção da dádiva de sangue em todos os concelhos do distrito e a garantia, desde há mais de três décadas, da autossuficiência do nosso Hospital em sangue para tratar os doentes que carecem do precioso líquido; A campanha desenvolvida há vinte e cinco anos para angariação de fundos para resgatar das mãos do sucateiro e evitar o desmantelamento do tão amado navio hospital Gil Eannes e trazê-lo para Viana do Castelo, para o transformar num símbolo da excelência da nossa construção naval e uma memória viva da história vivida pelas nossas gentes nos mares do mundo, que hoje é um dos museus mais atractivos do país e já recebeu mais de 1 milhão e 200 mil visitantes e

As mais recentes iniciativas da Liga de angariar cerca de 500 mil euros, em contribuições dos numerosos Amigos do Hospital Beneméritos, para oferecer ao Hospital equipamentos e instalações para apoiar a Casa comum dos Vianenses no Diagnóstico e Tratamento das Mulheres com Cancro da Mama e depois durante a Pandemia da Covid 19,

São apenas algumas das experiências colectivas que vivi por dentro e que me permitem comparar o que tem sido a resposta dos vianenses à campanha para reivindicar a instalação do Serviço de Radioterapia no Hospital de Viana do Castelo.

E quatro semanas depois de lançado na página do facebook da Liga dos Amigos do Hospital, e quando estão ainda por recolher muitos impressos distribuídos pelos dez concelhos do distrito, o abaixo assinado já foi subscrito por mais de 25 mil cidadãos! Não me recordo de ter havido em Viana do Castelo um tão significativo apoio personalizado dos cidadãos a uma reivindicação da comunidade, traduzindo uma enorme identificação dos subscritores com a questão que nos preocupa e pretendemos resolver.

Realmente, o sofrimento acrescentado aos 400 novos doentes com Cancro que todos os anos surgem no distrito, com as tormentosas viagens em transporte individual ou colectivo, para fazerem os tratamentos de Radioterapia em Braga ou no Porto, são um grave problema da nossa prestação de cuidados de saúde que já tem afectado muitos milhares de doentes e familiares, sentindo na própria pele as agruras da falta daquele serviço na nossa terra. 

Esta é uma fase de auscultação e sensibilização da sociedade civil vianense que, verbalmente e através deste abaixo assinado que subscreve com a própria mão, maciçamente tem revelado a sua indignação com mais esta marginalização do distrito mais a norte do país. 

Acrescentando mais sofrimento ao que a própria doença cancerígena provoca nos nossos concidadãos, os milhares de quilómetros que cada doente tem de percorrer nas numerosas viagens por estradas sobrecarregadas de trânsito, em busca de melhor tratamento para a sua grave doença, são um mal que tem de ser corrigido o mais depressa possível com a instalação do Serviço de Radioterapia no Hospital de Viana do Castelo.

Para evitar os custos humanos e materiais de 1 milhão e 400 mil quilómetros percorridos por ano, pelos nossos novos 400 doentes com Cancro para receber os 25 sucessivos tratamentos que cada um tem de fazer em média em Braga ou no Porto.

E tendo já entregue em mão ao Ministro da Saúde uma exposição sobre esta questão, o crescimento da mobilização dos cidadãos e até, o já manifestado apoio de outras instituições locais e distritais à iniciativa da Liga dos Amigos do Hospital, traduz uma salutar consciência colectiva das prioridades da comunidade que, na altura própria, não pode deixar de ser olhada com mais atenção pelos responsáveis políticos locais e nacionais. A sociedade civil vianense despertou e já não está de braços caídos a olhar com resignação para o sofrimento dos nossos doentes com Cancro.

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