Apoiar a Cultura é Ir à Cultura

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Ricardo Simões

No dia 13 de março de 2020, por sinal, uma sexta-feira, os teatros de Portugal começaram a encerrar, um após outro. Durante meses, não pudemos ir ao teatro, ao cinema, à música. Durante o primeiro confinamento, não pudemos mesmo sair à rua, a não ser para compras de primeira necessidade. Nessa altura, aplaudimos à varanda quem estava a trabalhar para salvar vidas. Houve até espetáculos à varanda, na tentativa de continuarmos a alimentar a chama que é essencial ao ser humano, para além da comida e abrigo.

Seguiu-se a digitalização: profissional, académica, artística. E, algures no meio da tempestade perfeita que a pandemia fez abater sobre nós, demos por falta das pequenas coisas. Talvez como nunca antes. Encontrámos novos valores para os prazeres que dão substância e sentido à nossa existência. Assistimos a notícias sobre o descalabro das economias e vimos os rostos das pessoas cujas atividades profissionais foram interrompidas e se viram privadas de qualquer rendimento.

De entre muitas, e de diferentes setores, vimos as e os profissionais do setor cultural manifestarem-se, com as suas caixas pretas de equipamentos técnicos nas ruas. Vimos surgir associações dedicadas à recolha de donativos e bens alimentares para distribuir pelas suas famílias.

Como cidadãos e consumidores de Cultura, em algum momento podemos ter pensado que, quando “isto” passasse, iríamos fazer alguma coisa por “esta gente da Cultura” que ficou longos meses sem trabalhar. Pois bem. Agora, que finalmente podemos voltar aos grandes palcos (como os estádios e os autódromos), podemos também voltar aos “pequenos” palcos, como os teatros e os auditórios. Agora é a hora de voltar a apoiar a Cultura. Para isso, é preciso ir, efetivamente, aos espetáculos. Opções não faltam e todos continuamos a precisar, muito, uns dos outros.

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