Aprender sempre, para que sempre se faça melhor

Gonçalo Fagundes Meira
Gonçalo Fagundes Meira

Não há iniciativa que não goze de aplauso e, paralelamente, seja alvo de ácida crítica. Mas esta dualidade de apreciações, é bom constatá-lo, não é apanágio de Viana. É assim um pouco por toda a parte, interna e externamente. Há muito o hábito de dizer que os vianenses nunca estão contentes com nada do que se vai fazendo, que tudo criticam e nada lhes serve. Se bem ponderarmos, fazendo uso de conveniente pragmatismo, constatamos que até nem é bem assim. Por exemplo, o poder autárquico no nosso concelho desde 1974 que é exercido por dois partidos políticos, PSD e PS. Se fosse como dizem, que a insatisfação é generalizada, a mudança seria mais constante. Ah, mas o comentário da rua é áspero e rezingão, dirão alguns. Ainda bem que assim é, mesmo sabendo-se que há muito quem critique, mas esteja sempre indisponível para servir. A sociedade não pode viver do amorfismo e do comentário fácil, “se não está bem, também não está de todo mal”. As sociedades, todas as sociedades, devem ser muito participadas e debatidas, mesmo que o absurdo predomine, porque sempre ficará algo para ajudar a construir o novo.

A Feira Medieval, decorrida no passado fim de semana, no plano dos comentários, também teve o habitual tratamento: aplaudida e censurada. Pela nossa parte, observamos, mas também auscultámos. Na observação, concluímos que não faltou gente que veio um pouco de toda a parte para participar, podendo considerar-se que houve enchente. Na auscultação, disse quem foi parte ativa na animação, que foi das melhores de sempre. “Contas feitas”, poderemos considerar que tivemos mais um evento que não deslustrou. Mas que também teve os imperdoáveis fracassos. Não se compreende, por exemplo, como não se cuidou de dotar as zonas da cidade, que já se previa como mais frequentadas, de casas de banho amovíveis, para se evitar que, à falta de melhor, o despejo se fizesse para as águas do Lima. Organização que se preze não pode ter destes descuidos, porque um evento, por mais completo que seja, não se livra de comentários jocosos com falhas deste tipo.

Um dos nossos endémicos males é o improviso e a falta de planeamento dos eventos, não esquecendo, posteriormente às realizações, a ausência da análise atenta para que posteriormente tudo corra melhor, sempre na expectativa do bom. Nesta matéria, por esta bandas, parece que o incurável assentou arraiais. Oxalá que não seja bem assim e que tudo passe a ser diferente no futuro. 

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