Aquele poema que te fiz naquele tempo,
falava-te da vida, de algum contratempo
nos caminhos sinuosos, da aspereza.
Dizia que lutaríamos como toda a gente,
que podíamos ter momentos inevitavelmente
de arrependimento e de alguma fraqueza.
Esse tempo foi correndo junto aos anos,
com avanços, retrocessos e também enganos
mas fomos enfrentando sempre os dissabores.
Soubemos subir os degraus da vida com cautela
e embora a nossa existência não fosse a mais bela
em nada alterou a fé e os nossos amores.
Agora, repousando no patamar da nossa vida
e avaliando toda a obra quase concluída
lembramo-nos do itinerário que nos foi legado.
Subimos e descemos tantos ingremes vales,
vivemos certas alegrias, sanamos males,
resta-nos dizer à Natureza muito obrigado!
Eugénio Monteverde