Para trás estão cinco livros. Com naturalidade, mas persistentemente, chegou à meia dúzia. Convicta, afirma que não desiste de escrever porque isso está-lhe na alma. Gosta da poesia, não sendo por acaso que este é mais um livro de poemas. Apesar da publicação de livros ser uma empreitada, só própria para gente de coragem, mantém os objetivos de sempre, publicar o que vai produzindo, porque acha que vale a pena dar a conhecer o que faz com sentimento profundo; e na poesia está a profundidade que não se encontra em qualquer outra variante da escrita.
Vejamos “Veludo e Cambraia: A noite grita por ti/espero-te, sem esperar/Sonho-te, sonhando/saboreio-te, sem te ver/Mimo-te com as mãos vazias/Amo-te porque sim/Respiro-te e não tenho ar/Não tardes/Quero-te para mim/Agora.
“As cores do vento incerto” apresenta-se em português e catalão, este pela mão do amigo Juli Fernàndez Blasi. Na escrita, como em tudo na vida, é preciso alargar horizontes, derrubar barreiras, abraçar novos povos, porque quanto mais proximidade houver entre gentes, mais o mundo se harmoniza.
Manuela Calheiros, também expressa neste livro o quanto deseja a contiguidade dos povos e quanto abomina o individualismo e a sobranceria. Que assim continue…
“As cores do Vento Incerto”, tem capa de Luís Carvalhido e prefácio de Fernando Garcêz.