Acompanho de perto o desenvolvimento de Aveiro, desde os princípios dos anos 90, quando se reanimou a antiga geminação desta cidade com Viana, e, em sadia competição, se consolidava o “aveirismo” e emergia o “vianismo”, nome dado aos “bairrismos”, apresentados como aceleradores do desenvolvimento das respetivas regiões.
Na semana passada, visitei Aveiro mais uma vez. Caminhando pelo centro urbano e pela periferia, pude confirmar como os seus autarcas souberam definir estratégias de desenvolvimento adequadas, entre a tradição e a modernidade, e a competência com que executaram e continuam a executar os projetos que delas decorrem. A Aveiro da Arte Nova, dos moliceiros e dos ovos moles cresceu, soube transformar-se em cidade média, capital da sua região e centro de criatividade e inovação, apostando no mar, na internacionalização das suas atividades económicas, desde o turismo às indústrias, mas sem perder a sua alma de “Veneza portuguesa”.
Antes de visitar ou revisitar uma cidade ou uma região procuro colher informação sobre ela e não deixo de passar os olhos pelo “Google”, para avaliar a sua marca digital. “Aveiro” é simples, precisa e concisa, características de uma boa marca. E uma boa marca facilita sempre o desenvolvimento da entidade que ela representa.
Há três décadas, o concelho de Aveiro tinha menos 17 mil habitantes do que o de Viana, mas agora os dois concelhos terão igual população residente. Equidistantes do Porto, ambas antigas capitais de distrito e cidades portuárias, Aveiro desenvolveu-se a olhos vistos e Viana do Castelo desbaratou um período de abundância de fundos comunitários e as suas excelentes condições para se desenvolver.
A marca de uma cidade é a identidade gráfica que a exprime visualmente.
Será que a marca “Viana do Castelo” desfavorece o desenvolvimento da cidade, tornando-a menos atrativa?