No verão de 2022, neste espaço, sob o título de “Viana ombreando com Braga”, comparei estas duas cidades, sobretudo no plano das belezas naturais e das suas instituições culturais, concluindo que “para ousarmos ombrear com Braga, temos de “dourar” a beleza de Viana com o crescimento da cidade e o enriquecimento dos vianenses de todo o concelho.
De 1991 a 2021, a população de Braga cresceu 37% e a de Viana teve um aumento de, somente, 5,7%, isto é, 6,5 vezes menos do que aquele concelho. E o decrescimento da população de Viana, relativamente à do concelho bracarense, acentuou-se nos últimos 20 anos porque, neste período, Braga cresceu 14% e Viana decresceu 1%.
Este panorama demográfico exprime a pujança de Braga, terceira maior cidade portuguesa e concelho que supera os 200 mil habitantes e já é o terceiro maior exportador nacional. E exprime, também, a cada vez maior “pequenez” de Viana do Castelo – cuja população concelhia não sai dos 80 e tal mil habitantes – “pequenez” relativamente a outras cidades, apesar das suas ótimas condições naturais, no litoral, entre Porto-Braga e Vigo.
Na última crónica, intitulada “Viana estará adormecida, mas não morta”, questionei os vianenses sobre as causas da “decadência” da cidade e do concelho e augurei que queiramos “acordar” para novos períodos de maiores níveis de desenvolvimento e bem-estar sustentáveis da cidade e de todo o concelho.
Agora, na alvorada de 2025, exorto os vianenses a que, sem perderem a “chieira” pelo folclore, pelas festas e pelo artesanato, tenham, também, a “chieira” de legar aos vindouros um concelho mais dinâmico e mais bem gerido, tanto no que toca a meios financeiros como a recursos humanos. E exorto-os, ainda, a preparem-se para a economia da modernidade, cada vez mais competitiva, embora com moderação das cargas tributárias das famílias e das empresas que poderão favorecer o aumento da riqueza disponível e possibilitar a distribuição de maior parte desta por todos, nomeadamente pelos mais carenciados.
Braga, aqui ao nosso lado, não será, para nós, exemplar em tudo, mas os níveis de crescimento e de bem-estar económico, que tem vindo a registar, deverão merecer a nossa melhor atenção!
Carlos Branco Morais