“Brandos costumes” e o novo Governo 

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Gonçalo Fagundes Meira

Na edição da passada terça-feira, o jornal  “Público” dizia que, durante o ano de 2023, foram registados 3 725 dias de ausência de médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) por terem sido vítimas de episódios de violência, “tempo equivalente a um centro de saúde parado um ano inteiro”.

Não dá para pasmar, mas dá para meditar, porque mesmo que fossem uns centos de dias, e não o tempo equivalente a um centro de saúde imobilizado 12 meses, era razão para perguntar se as pessoas vão aos hospitais e centros de saúde para se curarem ou agredirem quem deles trata.

A agressão é um ato reprovável em todas as situações. Demonstra baixa formação e falta de respeito pelas pessoas. Evidencia, ainda, ausência de inteligência, já que a agressão é sempre a pior solução para a resolução de situações que se possam considerar irregulares. Problema que não se resolva na base do diálogo, muito menos será tratado na base da contenda física.

Já se sabe que nunca haverá uma sociedade pacificada na sua totalidade. E os “brandos costumes” dos portugueses, como em toda a parte, também não são tão brandos quanto isso. É por essa razão que existem forças da ordem para agir e tribunais para julgar. Atuando estes de acordo com os elementares princípios dos direitos de cada um, sem esquecer os justos direitos de todos, tendo como princípio a construção de uma sociedade suficientemente harmoniosa, só se pode aplaudir o reforço das suas funções.

O novo Governo já foi empossado. Há quem diga que se trata de um governo com limitações, quer individual, quer coletivamente. Mas também há o seu contrário, como acontece, por exemplo, com Marques Mendes – aquele que é visto como um dos mais traquejados comentadores de televisão –, que considera ser um Governo de gente bem preparada, justificando a sua composição fortemente política como uma necessidade resultante de uma votação muito dividida nas últimas eleições.

O princípio de que mais tarde se verá, ainda é o mais seguro. Vemos tanta gente com vaticínios errados que o melhor é esperar. Contudo, emparceiramos com todos os portugueses responsáveis, que felizmente ainda são a maioria, de que, a quem governa para bem do país e de todos, se deseja o maior sucesso. Contrariamente ao que nas redes sociais tanto se escreve, ainda é uma sorte ter quem queira assumir o poder para nos governar, tantos são os problemas a resolver e tão grande a incompreensão de muitos dos que são governados. Só mesmo para corajosos.

GFM

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