Carta ao Diretor

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Resgatar a «extinta»
Ponte Eiffel do Âncora

A travessia ferroviária sobre o Rio Âncora fazia-se pela primitiva Ponte Eiffel. Essa, que durante anos esteve abandonada nas margens do Rio Âncora, foi doada pela CP – Comboios de Portugal – à autarquia da Póvoa de Lanhoso, com a finalidade de ser reaproveitada, restabelecendo a travessia rodoviária no rio Ave, entre Garfe e São Martinho de Campo. Mas esse desígnio nunca foi cumprido. A Ponte Eiffel de Âncora está abandonada num estaleiro de uma empresa da Póvoa de Lanhoso.

Tomamos conhecimento de que o autarca de Âncora, há uns anos, diligenciou no sentido do seu resgate para as suas comunidades. Mas, a autarquia da Póvoa de Lanhoso colocou um conjunto de obstáculos formais que se foram arrastando.
A pergunta que se impõe é a seguinte: Como é possível compreender que uma infraestrutura que foi doada para determinado fim não o tenha cumprido?

A ponte é uma obra de engenharia de Gustave Eiffel, «pai» da Torre Eiffel de Paris. O valor dessa infraestrutura é imensurável sob o ponto de vista patrimonial – cultural. Um pouco à imagem de outras. Recordamos o caso de uma infraestrutura análoga que desapareceu no concelho de Barcelos.

É inacreditável a ligeireza com que o assunto tem sido tratado. É urgente admitir medidas que desemboquem em soluções, ainda que isso resulte na consulta de instituições superiores que possam assegurar um bom desfecho de todo o processo de resgate.

Rui Manuel Marinho Rodrigues Maia

Licenciado em História, Mestre em Património
e Turismo Cultural pela Univers. do Minho.Investigador em Património Industrial

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