Há dias, alguém escreveu que não estávamos tão bem quanto se afirmava, nem estamos tão mal quanto alguns agora dizem. Parece uma afirmação vulgar, mas talvez seja a adequada para definir o estado que vivemos. Talvez tivéssemos expressado demasiado otimismo e manifestemos agora um pessimismo excessivo.
Sabemos que estamos perante uma pandemia demasiado séria e, por mais que a ciência dela se ocupe, não se torna fácil encontrar soluções para a debelar. Também não era segredo que com o fim do confinamento o número de infetados iria aumentar. Seria quase impossível que tal não acontecesse. Temos regiões de grande densidade populacional, de vida social ativa e com insuficiência de meios para correr riscos menores. Mas ninguém está imune em parte alguma. Em vários países fora do continente europeu a situação é quase de catástrofe. Isto por mais que alguns, por razões de ordem económica, tentem esconder a sua própria realidade, o que não é o nosso caso, felizmente.
E nós, na nossa região, como estamos? Comparativamente, nada mal. No nosso concelho, observados os números divulgados pela DGS, a 4 de Maio, princípio do desconfinamento, tínhamos 162 infetados; no último dia de junho, quase dois meses decorridos, havia 193, mais 31 casos, com 7 apenas no mês de junho. No distrito, para o mesmo período de tempo, evoluiu-se de 445 para 541, mais 96 casos. É bom? Nem tanto. Bom seria ter zero casos. Mas isso tem muito de ilusório.
Neste enquadramento, só podemos concluir que, apesar de mais experientes e aclimatados a este surto pandémico, ainda temos aspetos a melhorar. É natural que com o tempo a tendência seja para descontrair e socializar mais, mas se acreditamos naqueles que velam por nós, a começar na OMS e a acabar no nosso SNS, temos a obrigação de não facilitar e fazer cada vez mais pela nossa segurança. De igual forma, as entidades públicas o devem fazer. Se todos se compenetrarem do seu dever, de certeza que minoramos este quadro triste que estamos a viver.