Crepúsculo Invernal

Filomena Freitas
Filomena Freitas

É Inverno? É hora do crepúsculo…

E tu, Marisa, não estás comigo! Como posso ver sozinha a festa do poente?

O silêncio da tua ausência, acossa minhas horas perseguidas, tão dilacerantes, tão sentidas, tão sofridas! Marisa doce, tão única, tão linda, tão minha!

No meu céu, ao crepúsculo, tu és a nuvem lá no alto, qual adejar de lenço branco num último adeus!

Nesta hora íntima e soturna, meu coração fecha-se qual flor noturna! 

Dentro de mim o vazio cresce, como o poente comendo a terra!

Estou longe de tudo!

Esquecida do sabor das coisas amadas!

Como se isto fosse ainda vida…

Como se a realidade, sem ti, Marisa, não fossem só cristais despedaçados!

Refletindo só sombras …

Vida só de gestos emprestados!

Os poentes mais belos, levou-os a poalha d’oiro de teus cabelos…

Leva-me para longe, amor,

Depressa, enquanto, é possível, ir para longe de mim!

Deixar esta barca abandonada,

Tão fria, tão vazia, tão deserta,

 Como um cais na madrugada!

Com saudade, de tua mãe…

Outras Opiniões

Os leitores são a força e a vida do nosso jornal Assine A Aurora do Lima

O contributo da A Aurora do Lima para a vida democrática e cívica da região reside na força da relação com os seus leitores.

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.