Como jornalista, depois de ter lido e ouvido, quase todos os dias e, se calhar, vou continuar a ver e ouvir a tristeza que se passa na Igreja Católica (IC), com as notícias de abusos, pior, violações de menores por parte de padres que representam Jesus na Terra e que juraram serem fiéis ao celibato, até ao dia do fim da sua vida, como jornalista, dizia eu, salvo melhor opinião, devia ser criado, em todas as Dioceses, um Tribunal do Santo Ofício, com personalidades religiosas e civis devidamente credenciadas e conhecedoras do Direito Canónico e do Direito Civil, para, em tempo útil, analisarem as queixas recebidas, julgá-las e, se houver matéria, para castigarem os abusadores ou abusadoras, afastá-los definitivamente da Igreja Católica.
Assim como está, com bispos que afastam padres das suas Dioceses, dizendo que só serão expulsos da IC se as comissões nomeadas para o efeito chegarem à conclusão de que o padre A ou o Padre B deve ser ou não demitido da sua vida sacerdotal, assim, não está bem. Sim, porque já há padres que foram afastados, mas que já regressaram à sua paróquia, porque a queixa apresentada sobre ele não tinha fundamento. E, mesmo que um padre seja condenado, pode recorrer e recorrer até que prescreva o crime de que vinha sendo acusado.
Se houvesse um Tribunal do Santo Ofício em cada Diocese, na minha modesta opinião, não haveriam declarações como as do Dr. Daniel Sampaio e do Procurador Souto Moura. Estas personalidades afirmaram que, enquanto houver Bispos que encobrem possíveis padres violadores, a Igreja Católica, a meses das Jornadas Mundiais da Juventude, continuará a ser primeiras páginas de jornais diários e a ser, pela negativa, abertura de noticiários da rádio e das TV.
Termino como comecei. Tribunal do Santo Ofício nas Dioceses Portuguesas? Como católico praticante, temente a Deus, a minha resposta é SIM.