Curiosidades da história do Hospital da Santa Casa da Misericórdia

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Alfredo Faria Araújo

As enfermidades:
1650 – As lesões sifilíticas ou boubas eram a maior causa de internamentos. Há também o registo de chagas e sarna, ferimentos por quedas e facadas.
1894 – Registo de grande número de doentes com cólera morbus.
1917 – Registo de 13 casos de febre tifóide.
1918 – Epidemia de gripe pneumónica e número elevado de óbitos.

Profissões
Físicos: Antes da existência de médicos, eram os físicos os principais profissionais responsáveis pela cura dos doentes. Em maio de 1596 registou-se a extensão de um privilégio concedido à Misericórdia de Lisboa que consistia numa esmola anual para suportar o ordenado de um físico.
Médicos: Em 1618 já há registo dos serviços de um médico licenciado, António de Paz, que recebia anualmente pelo seu trabalho uma parte em numerário e outra em género: meio carneiro, duas galinhas, duas roscas e um frasco de vinho.
Cirurgiões: Em 1619 há registos de que o cirurgião constitui equipa com o médico e o sangrador nas visitas aos doentes, sendo frequentes as suas reclamações pelos baixos salários auferidos.
Sangradores: Administravam as chamadas sangrias, seccionando a veia dos doentes para extrair a quantidade de sangue necessária para o alívio da moléstia. Dada a baixa consideração profissional, os salários eram exíguos. Por isso, em 1669, em resposta a uma queixa do sangrador João da Costa pelo aumento das sangrias feitas fora do Hospital, ao seu salário de quatro mil reis foram-lhe acrescidos mil e quinhentos.
Hospitaleiros: De funções similares aos atuais auxiliares de ação médica, foram ao longo do tempo vendo as suas tarefas ampliadas. Viviam nas instalações do Hospital, e até ao séc. XVIII a função foi desempenhada por mulheres. Em 1774 por motivo de doença da última hospitaleira, o marido assumiu o cargo, chegando a atingir o posto de enfermeiro-mor do Hospital.
As Irmãs Hospitaleiras: Em 1879, perante a falta de enfermeiros, a Mesa pondera admitir as Irmãs Hospitaleiras Portuguesas. Em 1882 já trabalhavam no hospital. Também, durante algum tempo, as Irmãs da Caridade e Irmãs Franciscanas trabalharam no hospital. Em 1936 a Mesa decide pelo regresso das Irmãs Hospitalares Portuguesas. As religiosas viviam numa casa separada próxima ao hospital e era a Misericórdia que as sustentava. Quando a idade a impedia de continuar a trabalhar, era a Misericórdia que as sustentava. As religiosas hospitaleiras manter-se-iam ao serviço do hospital mesmo depois de transitado para as novas instalações na encosta de Santa Luzia.
1936 – Abertura de nova enfermaria para mulheres.
1951 – Inauguradas novas instalações de radiologia.
1962 – Categoria de hospital regional.
1967 – Funcionamento de laboratório de citologia para diagnóstico do cancro, oferta da Fundação Calouste Gulbenkian.
1975 – Decreto-lei 618/75 de 11 de novembro, nacionalização dos hospitais das misericórdias.
1983 – Transferência para as novas instalações na encosta de Santa Luzia, com a designação de Hospital Distrital de Viana do Castelo.

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