Da água, vamos tendo notícias que, concretamente, não nos agradam (pg. 2).
Desta vez, trata-se de um irrisório aumento que, de insignificante, por si, não pode deixar de fazer a diferença, quando multiplicado por dezenas de milhares de consumidores. Tanto mais considerando o leque alargado da economia desses cidadãos, sendo uma maioria os que vivem com o salário mínimo e que, enquanto fazem a barba ou lavam as mãos, deixam a água correr!… Outra situação que preocupa é a contaminação dos aquíferos, que aqui pouco interessa especificar, mas é de elevada importância; e, finalmente, a generalizada “perda em rede”, desconhecida na maioria das autarquias, na sua distribuição aos consumidores antes dos contadores.
São tudo problemas que se vão agravando cada vez mais com o aumento do consumo, especialmente onde o ordenamento regional e urbano do território se encontra por aperfeiçoar. Veja-se o caso concreto das actuais obras nas artérias dos Jardim D. Fernando (Pr. Gen. Barbosa) e as anteriormente realizadas na Rua de Olivença. Teme-se haver ainda efluentes domésticos que continuam a ser vazados na antiga doca comercial (do Gil Eannes)!!!
São obras necessárias e deviam ser prioritárias, mas os autarcas, em geral, gostam pouco de as realizar por estarem enterradas e não se verem (não darem votos).
Tudo isto radica no “negócio” das águas que se orienta no sentido da sua centralização nas “ÁGUAS DE PORTUGAL” (AP), empresa que julgamos vir a liderar todos estes problemas, desde as águas retidas nas albufeiras das barragens; à preservação e gestão dos aquíferos; no controlo dos efluentes, tanto domésticos como industriais, etc., até às estações de tratamento de águas residuais (ETAR’s).
Assim, as águas (concelhias ou distritais) acabarão por ficar na alçada da AP (ou seja, “a jeito”) para uma eventual privatização?! Contrariando o sentido da detenção pública de um bem constitucionalmente pertença de todos nós! O qual não deve ser objecto de negócio privado na sua distribuição e consumo, assim como o Serviço Nacional de Saúde (SNS)?!
Ainda há muito a batalhar pelo desenvolvimento do sentimento de afirmação da posse da coisa pública (Res publica), numa base de elevada afirmação cívica [leia-se carta Eça ao Senhor Pinto Coelho, da Companhia das Águas de Lisboa (pg. 16)].