Nesta rubrica, entendi enaltecer o conceituado ator Britânico Daniel Day-Lewis, que desde os finais da década de 80, tem somado êxitos, através das personagens relevantes que incorporou, tornando-se num dos atores mais incontornáveis, tendo arrecadado três óscares de melhor ator, na célebre academia de Hollywood.
Recomendando neste espaço alguns filmes por si protagonizados, realço a sua faceta versátil e pragmática, associado ao seu cariz refinado e subtil, absolutamente fundamental, para interpretar qualquer tipo de personagem carismática, assente em diversos estratos sociais e diferentes traços de personalidade, sem propriamente abarcar em estilos padronizados.
O primeiro filme que trouxe Daniel Day-Lewis para a ribalta, foi baseado na vida do irlandês Christy Brown que, apesar de sofrer de uma Paralisia cerebral, mesmo assim se catapultou como um ótimo pintor e escritor. No filme “O meu pé esquerdo” de 1989, Daniel encarna de modo categórico em Christy, numa lógica resiliente e contorcionista, enfrentando impetuosamente a deficiência física causada pela ausência de mobilidade dos seus membros, movendo apenas o seu pé esquerdo, onde patenteia toda a sua criatividade, isto tudo a acontecer num ambiente complicado, a vários níveis. Conquistando a segunda estatueta em “Haverá Sangue”. de 2007, Daniel Day-Lewis veste a pele de Daniel Plainview, um homem determinado e visionário que, na corrida ao petróleo, não olha a meios, mudando-se no início do século XX para a Califórnia, onde supostamente existe abundante quantidade para extração, usando para esse fim os seus conhecimentos na matéria. Depois de tanto chafurdar, Daniel logra perfurar na localidade de Little Boston, fazendo valer os seus dotes persuasivos, e contando com a conivência de um charlatão pregador, com grande influência entre os autóctones do sítio. Achando petróleo a rodos, Daniel constrói um oleoduto em parceria com a Union Oil, só que com o passar dos anos e o poder a subir-lhe à cabeça, este padece de um feitio acrimonioso que lhe pode ser fatal.
Considerado o desempenho mais excecional de Daniel, foi quando este teve o ensejo de representar o icónico Presidente dos E.U.A. “Abraham Linclon”, num filme de grande envergadura. Esta produção denominada, “Linclon” de 2012, retrata as minudências do termo da Guerra Civil Americana, em 1865, ao qual Linclon propõe por sua iniciativa, uma emenda à constituição, para erradicar de vez com a escravidão no seu país. Não obstante todas as contingências e discussões em torno desta inequívoca pretensão, Daniel espelha um Linclon, sereno, convicto, com uma postura de estadista sublime, e claramente ciente do significado premente desta norma para os direitos do homem.
Por último, apresento o filme “Linha Fantasma” de 2017, que para Daniel suou a despedida, fazendo uma interpretação convincente, no papel de Reynolds Woodcock, o estilista predileto da alta sociedade londrina, durante a década de 50. Gerindo essa sua empresa com sua irmã, a discreta Ciryl, Reynolds entrega-se à sua profissão, salientando, com o intuito de servir com elegância e esplendor a sua habilidade, o lado requintado do capitalismo. Para se manter na alta roda do prestígio, Reynolds necessita de concentração e silêncio, desprovendo-se dos resquícios de perturbação, só que ao envolver-se sentimentalmente com uma jovem, que à posterior se torna o seu modelo preferencial, o enlace com ela vacila, gradualmente, para uma tensão constante, pondo em risco todo esse manancial de reputação que granjeou diante dos seus clientes.