E deixaram-no ir…!?

Nunabre
Nunabre

Mesmo assim, sem mais nem menos…!? Acho estranho!

Lá estás tu, prezado Leitor, a especular sobre o possível pretexto desta minha crónica…! Não especules mais, que eu farei luz… Lendo ao acaso o capítulo XI do evangelho de São João – mormente no versículo 44 – deparei com Cristo a comover-se e chorar, afirmando – “Lázaro dorme, morreu, retirai a pedra, desliguem-no e deixem-no ir…”  Ora, pelos vistos, Lázaro, despertado pelo apelo-sonoro do Rabi: – “sai cá para fora!”, obedeceu, foi desatado e novamente se fez à vida… Um evento admirável! Uma ação miraculosa! O Evangelho não afirma ou nega que alguém dos presentes o haja feito, mas, se eu lá estivera nessa hora e com o meu espírito irrequieto, questionador, que me caracteriza; é certo e seguro que não mais eu largaria Lázaro sem lhe fazer algumas perguntas cujas respostas eu esperaria, dele ou de Alguém que pudesse saciar-me a fome de mais saber. Assim, perguntar-lhe-ia: 

a) és exatamente o mesmo Lázaro, de carne e osso, qualidades e defeitos, que possuías, na hora da morte!? 

b) recordas algo dessa ausência de quatro dias…!? 

c) e agora pensas ser outro, muito diferente, no pensar, sentir, agir…!? 

d) não tens a mínima dúvida sobre a “ressurreição da carne”, apregoada no Credo!? onde esteve a tua alma durante o tempo tumular!? 

e) achas possível que um apóstolo (Tomé) futuramente venha a duvidar do Cristo ressuscitado!?

Como vês, prezado leitor, estas e outras perguntas impulsionar-me-iam a não deixar Lázaro escapar-se sem interpelação minha… Mas quem sabe? – até pode ser que existam por aí alguns Teólogos ou Exegetas com mais capacidades que as minhas que possam e queiram fazer luz…!

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