No seu texto publicado pelo jornal Público, a 3 de dezembro de 2022, Eugénio Fonseca refere o grande número de portugueses que, sem qualquer retribuição material, dedicam muito do seu tempo, e com grande regularidade, ao voluntariado. O autor reclama por uma maior atenção dos governos a estes cidadãos que se sentem responsáveis, por exemplo, pelo bem-estar dos seus concidadãos.
O autor não esquece, porém, os que, voluntariamente, se dedicam à preservação da cultura popular.
Será que, em Portugal, todos temos consciência da importância deste trabalho principalmente no apoio à formação dos mais jovens? Será que lhe damos a devida atenção e reconhecimento? E se acabasse? Que papel deveremos ter no apoio a estes cidadãos que, em conjunto, protegem, divulgam, e constroem, pela sua vivência, a cultura popular?
Eugénio Fonseca refere que “enquanto houver e onde estiverem voluntários, a esperança não morre” e, em Viana do Castelo, temos tido muitos exemplos disso mesmo, até nos grupos de Janeiras que continuam a manter a tradição de cantar de porta em porta, desejando às famílias das várias freguesias um FELIZ ANO.
Parecendo-nos estar o mundo “de pernas para o ar”, com tantos povos em sofrimento, e tantos crimes contra os direitos humanos a acontecerem dia após dia, vejamos nesses grupos de jovens músicos e cantores, uma esperança de tempos melhores. Abram-lhes a porta… para que não desanimem, e o voluntariado cultural não acabe amanhã.
Mafalda S.Rego